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Clique Ciência: como funciona a cola que prega a pele e fecha cortes?

Getty Images
Imagem: Getty Images

Aretha Yarak

Colaboração para o UOL

21/03/2017 04h00

Sabia que é possível usar uma cola para fechar alguns tipos de cortes na pele? Não só é possível, como é bastante utilizada por médicos há quase uma década. Além de ser uma alternativa aos pontos, esse produto também é indolor e não precisa das temidas agulhas para ser aplicado.

“Para crianças, é uma excelente opção”, comenta a dermatologista Ana Cristina Fortes Alves.

A cola cirúrgica para pele é feita com a mesma substância base da conhecida supercola (ou, como a chamamos comercialmente, Super Bonder): o cianoacrilato. Na cola humana, a esse adesivo são adicionadas algumas substâncias extras com o objetivo de deixar o produto mais maleável - e não duro, como fica a supercola depois que seca na pele. Acrescente a essa mistura um fator bastante importante: a versão cirúrgica também é estéril.

Ela é bem simples de ser usada. Basta unir os dois lados da pele que foram separados no corte, passar a cola por cima com uma espécie de pincelzinho que vem acoplado na embalagem e esperar alguns minutos para ela secar completamente. 

Apesar de bem prática, a cola não é indicada para todos os casos. Quando há uma forte tensão, como nos casos de perda de tecido, e as duas bordas da ferida não se unem facilmente, a melhor opção ainda pode ser o tradicional ponto com linha. “Do contrário, há uma chance importante da ferida voltar a abrir”, explica a dermatologista Lucia Mandel.

O tempo médio de cicatrização com o produto é de 5 a 10 dias, mas varia muito conforme o grau do ferimento e a resposta do organismo. A cola fica, em média, esse mesmo período na pele. Ela não precisa ser retirada, já que vai se soltando do corpo. 

supercola - Reprodução/doityourself - Reprodução/doityourself
Imagem: Reprodução/doityourself

Uma opção a mais

É possível, entretanto, mesclar as técnicas. Se o corte for profundo ou difícil de fechar, uma opção é fazer a costura interna com os pontos e dar o acabamento final com a cola. “Esteticamente, um ponto interno pode cicatrizar tão bem quanto a cola”, diz Lucia.

A escolha pela melhor técnica fica a cargo do médico e também do paciente, já que a cola tem um preço ainda bastante elevado. O produto, de uso único, custa mais de US$ 50.

Como a cola cria uma película por cima da ferida, é fundamental que tudo esteja limpo e estéril. Para evitar que microrganismos sejam lacrados ali dentro e podem piorar a situação. “Por isso, a cola para pele deve ser aplicada apenas pelo médico”, comenta Ana Cristina.

“Esse produto é bastante vantajoso com crianças, porque não vai ser preciso que elas voltem ao hospital para retirar os pontos”, comenta Ana Cristina.