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Respirar fundo realmente acalma; a ciência provou seus benefícios

30.mar,2017 - Neurônios que regulam ritmo da respiração - Kevin Yackle, Lindsay A. Shwarz, Kaewen Kam, Jordan M. Sorokin, John R. Huguenard, Jack L. Feldman Liqun Luo, and Mark Krasnow - Kevin Yackle, Lindsay A. Shwarz, Kaewen Kam, Jordan M. Sorokin, John R. Huguenard, Jack L. Feldman Liqun Luo, and Mark Krasnow
Em verde, o caminho de neurônios da respiração Pranayama, da Yoga, e outros neurônios (em vermelho) no centro da respiração
Imagem: Kevin Yackle, Lindsay A. Shwarz, Kaewen Kam, Jordan M. Sorokin, John R. Huguenard, Jack L. Feldman Liqun Luo, and Mark Krasnow

Do UOL, em São Paulo

05/04/2017 04h00

Um novo estudo publicado na revista Science prova o que o senso comum diz “respirar fundo ajuda a acalmar”.

Kevin Yackle e seus colegas da Universidade de Stanford e de outras instituições nos Estados Unidos descobriram um pequeno grupo de neurônios no tronco cerebral que regula o equilíbrio entre respiração e atividade cerebral relacionada à calma ou ao estresse.

A técnica milenar de respirar para acalmar a mente é velha conhecida dos praticantes de meditação e yoga, mas até agora não se sabia como isso acontecia no cérebro.

A pesquisa mostra que a relação entre respiração e a atividade cerebral de ordem superior acontece no complexo de preBötzinger (preBötC). Esse grupo de neurônios no tronco encefálico dita o ritmo da respiração e regula o equilíbrio entre comportamentos calmos ou agitados.

Esse grupo de neurônios não é homogêneo e é composto por vários subgrupos. Um dos subgrupos gera o ritmo de respiração e projeta diretamente para um centro do cérebro que tem um papel crucial para os estados de alerta generalizado, atenção e estresse.

No estudo, a remoção dessas células não afetou a respiração normal, mas deixou os animais incrivelmente calmos. “O centro da respiração tem uma influência direta e dramática na ordem superior do cérebro”, relatam os pesquisadores.

O complexo foi descoberto em camundongos em 1991 em um estudo conduzido por Jack Feldman, um dos co-autores dessa pesquisa. Kevin Yacle e Mark Krasnow já haviam descoberto os neurônios responsáveis por suspirarmos em 2016.

Os novos resultados ajudarão pesquisadores e clínicos que exploram a respiração calma como forma de controlar a excitação excessiva, o estresse e ataques de pânico.