Sonda Cassini encontra sinal de reação entre água e rocha em lua de Saturno
Em 2015, durante o mergulho mais profundo da sonda espacial internacional Cassini no jato de ar que emana das fendas na região polar sul de Encélado, os instrumentos detectaram a presença de hidrogênio molecular no vapor do ar.
Os resultados relatados por Hunter Waite e seus colegas do Southwest Research Institute demonstram que a única fonte plausível de hidrogênio são as reações hidrotermais entre rochas quentes e água no oceano embaixo da superfície gelada dessa lua.
O estudo, divulgado na revista Science nesta quinta-feira (13), aprofunda o conhecimento sobre como poderia surgir vida na lua Encélado, satélite gelado do planeta Saturno.
Na Terra, o mesmo processo gera energia para ecossistemas inteiros em volta de orifícios hidrotermais.
Elementos essenciais para a vida
Segundo os pesquisadores, o vapor e o material particulado sobre o qual a Cassini voou continha até 1,4% de volume de hidrogênio molecular e até 0,8% de volume de dióxido de carbono.
Ambos são ingredientes indispensáveis para o processo conhecido como metanogênese, uma reação que sustenta a vida microbial em ambientes profundos e escuros no fundo do mar na Terra.
Os resultados representam um avanço importante na análise sobre o quão habitável é Encélado, segundo especialistas.
Já se sabia que havia fortes indícios da interação entre a água e as rochas no oceano abaixo do manto de gelo. Mas agora foi possível chegar a conclusões mais precisas.
Em breve, a sonda espacial internacional Cassini vai ser aposentada após 20 anos de observação das luas de Saturno justamente para não interferir na formação de vida no planeta.
A sonda foi lançada em outubro de 1997 e chegou a Saturno em julho de 2004.
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