76% dos animais aquáticos brilham no escuro do oceano; veja espécies
O que fazem os animais que moram no fundo do oceano, onde a luz não chega? 76% deles emitem sua própria luz, revela estudo divulgado na revista Scientific Reports.
A pesquisa foi feita com base em 350 mil registros de vídeo feitos em 17 anos com câmeras capazes de captar o brilho de animais a partir de um centímetro na Baía de Monterey, na Califórnia.
Desses, 76% dos animais observados tinham capacidade de bioluminescência. Os mais bioluminescentes são os animais do filo Cnidaria (97%), como as águas-vivas, e 9 de 13 categorias taxonômicas eram dominantemente bioluminescentes.
Na superfície, os animais mais bioluminscentes são águas-vivas e sifonóforos. 99% das espécies desses grupos conseguiam produzir sua própria luz através de uma reação química.
Entre 1.500m e 2.250m de profundidade, o brilho vem principalmente de minhocas marinhas e as larvas representam cerca de 50% dos animais bioluminescentes abaixo de 2.250m.
Não sei se as pessoas têm ideia do quão comum é a bioluminescência. Não são apenas alguns peixes do fundo do mar, como o peixe-diabo. São águas vivas, minhocas marinhas, lulas, todo tipo de coisas.”
Séverine Martini, pesquisadora do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey
Os vídeos usados no estudo foram gravados em veículos operados remotamente a uma profundidade de 3.900 m. Os organismos observados representaram 553 conceitos filogenéticos (espécies, gêneros ou famílias), distribuídos entre 13 categorias taxonômicas.
Pela primeira vez o estudo fez uma análise quantitativa. As estimativas anteriores eram feitas com base na proporção de animais brilhantes por meio de observações quantitativas feitas por pesquisadores que viam da janela de veículos submersíveis.
Em todos os organismos bioluminescentes, uma pequena molécula chamada luciferina interage com oxigênio e com uma proteína maior de nome luciferase, criando uma energia química que eventualmente é liberada na forma de uma luz fria. Diferentemente da fluorescência e da fosforescência em que fótons são absorvidos por tecidos ou estruturas e são reemitidos com uma onda diferente.
Nos ambientes marinhos, a presença de luz tem um papel essencial na distribuição do espaço dos animais.
Abaixo de 300 metros, o oceano é totalmente escuro, então os animais não precisam brilhar tanto. Mas eles não usam sua capacidade de produzir luz a todo momento para não chamar a atenção dos predadores e não gastar muita energia.
A bioluminescência é usada em algumas situações apenas por poucos segundos para evitar atrair predadores.
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