Fósseis de Homo sapiens de mais de 300 mil anos ampliam nossa história
Artigos publicados na Nature nesta semana revelam que os hominídeos da espécie Homo sapiens são muito mais antigos do que se imaginava. Os fósseis, descobertos no Marrocos, mostram a existência de indivíduos da espécie entre 300 mil e 350 mil anos.
As novas revelações, além disso, sugerem que os processos evolutivos relacionados ao surgimento dos humanos modernos podem não ter sido confinados à África subsaariana, como se acreditava até então.
As descobertas foram apontadas em dois artigos, assinados por pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, de Leipzig, na Alemanha.
Neles, é descrita a descoberta de fósseis de Homo sapiens em Jebel Irhoud, em Marrocos, datados de 300 mil a 350 mil anos. Antes, o fóssil mais antigo já descoberto era datado de 195 mil anos, sendo proveniente da África Oriental.
Neste sítio arqueológico, foram encontrados, nos anos 1960, juntamente com ossos de animais e ferramentas de pedra, fósseis classificados à época como sendo de homens de Neandertal. Estudos subsequentes, no entanto, lançaram dúvidas sobre esta classificação.
Em novas escavações feitas no local, foram encontrados outros fósseis humanos. As análises morfológicas dessas peças sugeriram que estes hominídeos representavam a fase evolutiva inicial dos Homo sapiens.
Já os artefatos encontrados com os fósseis foram identificados como sendo típicas das culturas da Idade da Pedra da África Central. Utilizando o método de datação por termoluminescência nestes objetos, os pesquisadores mostraram que o sítio arqueológico marroquino tem de 300 mil e 350 mil anos.
Para os autores do estudo, a descoberta recente poderia "iluminar" a linha evolutiva dos Homo sapiens da mesma maneira que a descoberta de fósseis de homens de Neandertal em Sima de los Huesos de Atapuerca, na Espanha, forneceram informações preciosas sobre o desenvolvimento desta espécie de hominídeo.
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