Como um garotinho ajudou a salvar uma espécie de sapo considerada extinta
Colaboração para o UOL
13/07/2017 12h22
Uma espécie de sapo que era considerada extinta no Equador há quase 30 anos não apenas "ressuscitou", nas palavras do pesquisador responsável por uma ampla pesquisa a respeito, como também teve sua sobrevivência assegurada. Tudo graças a um garoto, que encontrou uma colônia com mais de 30 indivíduos e ainda ganhou uma recompensa em dinheiro pela descoberta.
O jambato negro (Atelopus ignescens) foi catalogado pela primeira vez em 1849 e era comum na mata nativa equatoriana de altitude. Aos poucos, a espécie foi se tornando rara até que em 30 de março de 1988 um sapo da espécie foi visto pela última vez.
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A partir do ano seguinte, quando aconteceu na Inglaterra o primeiro Congresso Mundial de Herpetologia (estudo de répteis), o jambato negro se tornou o símbolo da luta da ciência para entender por que em diversas partes do mundo sapos antes vistos aos montes haviam desaparecido.
Desde então, o jambato negro passou a ser caso de estudo no Equador e, em 2010, entrou para a lista dos sapos mais procurados no mundo, com o lançamento da Amphibian Survival Alliance (ASA, Aliança de Sobrevivência dos Anfíbios).
Mas foi em maio de 2016 que o jambato foi reencontrado. Artigo assinado pelo PhD Luis Coloma conta que o sapo foi encontrado pelo garoto de uma família camponesa e por um pároco. “O imaginário popular já murmura que sua aparição é um milagre do novo santo João Paulo II”, escreveu Coloma.
Um ano depois, a família foi recompensada com US$ 1 mil prometidos por um centro de estudos do Jambato, que deve garantir longos anos de estudos para ele no Equador. Já o animal está sendo criado em cativeiro, para que nunca mais desapareça. Hoje, a colônia já conta com 47 indivíduos.