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Sol tem irmã gêmea (não idêntica), mas ainda há dúvidas de onde esteja

Imagem feita pela Nasa de explosões na superfície do Sol - Nasa
Imagem feita pela Nasa de explosões na superfície do Sol Imagem: Nasa

Larissa Leiros Baroni

Do UOL, em São Paulo

25/10/2017 04h00

Você já ouviu falar de Nêmesis? Não a deusa da vingança da mitologia grega. Trata-se da suposta "irmã gêmea" do Sol. Um tema rodeado de mistérios, teorias da conspiração e poucas evidências científicas. Mas será que a estrela central do Sistema Solar tem mesmo um irmão?

A resposta é "provavelmente, sim", mas não um gêmeo idêntico. É o que aponta um estudo realizado pelas Universidades Harvard e Berkeley, nos Estados Unidos, que identificou que praticamente todos os corpos estelares similares ao Sol são formados em duplas.

Para chegar a essa evidência científica, os pesquisadores norte-americanos analisaram a constelação de Perseu --uma região típica de formação de estrelas de baixa massa-- a partir de um transmissor de rádio.

"O que os estudiosos perceberam é que praticamente todas as estrelas são gêmeas. Portanto, não seria diferente com o Sol", afirma Rodney Gomes, pesquisador do Observatório Nacional. O grande mistério, segundo ele, por que não vemos essa estrela-irmã. Onde é que a irmã perdida de nossa estrela favorita estaria?

O que se sabe é que as estrelas gêmeas nascem a 500 unidades astronômicas --500 vezes a distância entre o Sol e a Terra-- uma das outras.

Portanto, segundo o estudo norte-americano, essa tal de Nêmesis [como foi apelidada] estaria distante do centro do Sistema Solar 17 vezes a distância entre o Sol e Netuno --o planeta mais distante da nossa estrela maior-- e teria se misturado às outras estrelas da Via Láctea, para nunca mais ser visto novamente.

Via Láctea - Divulgação/ICRAR - Divulgação/ICRAR
Acredita-se que o irmão do Sol misturado às outras estrelas da Via Láctea
Imagem: Divulgação/ICRAR

Nêmesis seria o gêmeo do mal? 

Há quem acredite que a irmã gêmea do Sol seria responsável por ter lançado o asteroide na órbita da Terra que exterminou os dinossauros --há cerca de 66 milhões de anos. Se for assim, não seria à toa que teria recebido o nome da vingativa Nêmesis.

Teoria que, de acordo com Othon Winter, astrônomo da Unesp (Universidade Estadual Paulista), não tem comprovação científica alguma. "Não há nem indícios de que isso possa ser verdade. Me parece mais uma teoria da conspiração do que qualquer outra coisa", enfatiza.

Segundo o especialista, a chegada do asteroide que causou o extermínio também é erroneamente atribuída ao "nono planeta" --que, mesmo sem ter sido avistado por astrôtem muitas evidências científicas de sua existência, ainda que ele não tenha sido encontrado pelos astrônomos.

"Os mistérios que rondam a astronomia possibilitam a criação desse tipo de teoria da conspiração, que visam apenas alarmar a população. O importante é acreditar na ciência e só acreditar em teorias com embasamento científico", defende Winter.