Ciclone bomba: o que é o fenômeno que pode congelar pessoas na rua nos EUA
O intenso fenômeno climático de inverno que atinge os Estados Unidos e parte do Canadá desde quarta-feira (21) deve piorar ainda mais neste fim de semana do Natal. As baixas temperaturas extremas - algo entre -45ºC e -56ºC -, previstas pelo Serviço Nacional de Meteorologia americano, são causadas pelo chamado ciclone bomba e são capazes até mesmo de congelar uma pessoa viva.
Em alguns estados, como em Wyoming , o termômetro congelante já vem sendo sentido, com -37ºC registrados nesta quinta-feira (22). No Colorado, as temperaturas caíram para -23°C. E a ciência já mostrou que corpos submetidos a valores tão baixos podem sucumbir ao gelo.
No século 18, o médico inglês Charles Blagden já havia realizado testes para saber quais as temperaturas extremas, altas e baixas, suportadas por um ser humano. Segundo seu estudo, uma pessoa seria capaz de aguentar até -29°C sem vento e muito bem agasalhado. Mas se houver ventos superiores a 40km/h, a pele pode congelar em menos de 30 segundos, porque a sensação térmica pode chegar a -66ºC.
Entendendo o ciclone bomba
Segundo os órgãos de meteorologia, essas baixas temperaturas estão sendo provocadas por um fenômeno conhecido como ciclone bomba.
O ciclone bomba é provocado pelo choque de uma massa de ar congelante vinda do Ártico com a massa de ar quente do continente.
A massa de ar fria atravessará praticamente todo o território dos Estados Unidos até a fronteira com o México - onde estão previstas rajadas de vento de 100 km/h - além de atingir algumas regiões do Canadá.
O fenômeno ganhou esse nome porque a tempestade provocada pela onda de ar frio vai se intensificando e perdendo pressão atmosférica de maneira tão rápida que chega a cair 24 milibars (unidade de medida de pressão do sistema) em 24 horas, puxando o ar extra gelado da região polar, congelando tudo o que tiver em sua rota.
É como se fosse um efeito de explosão causado pela rápida queda de pressão. A tempestade pode evoluir com tanta força e rapidez que se equivale a um furacão na categoria 3. Os ventos e a rotação da Terra criam um efeito de centrifugação.
Segundo os meteorologistas, a área mais afetada será a região dos Grandes Lagos, que pega o nordeste dos Estados Unidos e o sudeste do Canadá. Em Chicago, além da nevasca, estão previstas rajadas de vento de 80km/h.
Além de voos cancelados, estradas cobertas de neve e sem visibilidade, há previsão de corte no fornecimento de energia até a passagem da tempestade. A expectativa é de que este seja o fim de ano mais frio nos Estados Unidos das últimas quatro décadas.
A gravidade da situação é tanta que o presidente dos Estados Unidos fez um pronunciamento nesta quinta e chegou a emitir alertas para os norte-americanos e utilizou os adjetivos "perigosa e ameaçadora" para se referir à tempestade.
E avisou: quem tiver de sair de casa, "saia agora, não é brincadeira", orientando as pessoas a se anteciparem em suas viagens. Os principais aeroportos já cancelaram voos em antecipação à tempestade. Só nos EUA, as temperaturas podem afetar mais de 100 milhões de pessoas.
Earlier, I gathered my team for a briefing on the extreme cold and storms we're seeing across America.
-- President Biden (@POTUS) December 22, 2022
I urge everyone to follow the warnings of local officials - go to https://t.co/VsGFYDDJSt for more information. I stand ready to help communities with whatever they'll need. pic.twitter.com/eLEi2VoF8b
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.