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Como foi o eclipse lunar, visto em diferentes partes do mundo

Do UOL, em São Paulo

27/07/2018 18h38

Em boa parte do globo pessoas olharam para o céu na noite desta sexta-feira (27) para ver o que ficou conhecido como lua de sangue --um eclipse lunar que deixa o satélite natural com um aspecto avermelhado. 

O eclipse total esteve visível por 1 hora e 43 minutos no leste da África e no sudeste da Ásia. No Brasil, dependendo da localidade, esteve visível por cerca de uma hora. 

"Quando a Lua aparecer no horizonte leste brasileiro no final da tarde, ela já estará eclipsada", explicou ao UOL, antes de o fenômeno acontecer, o astrônomo Gustavo Rojas, pesquisador da Universidade Federal de São Carlos e membro da Sociedade Astronômica Brasileira. "Somente a metade final do eclipse poderá ser observada do Brasil."

Isso porque o início do eclipse total foi por volta das 16h30 (horário de Brasília), mas nesse horário a Lua ainda não é visível no Brasil. Os recifenses foram os primeiros a avistar o eclipse, pois, devido à inclinação da Terra, a Lua está um pouco ao sul do Equador. 

O eclipse foi visto em quase todo o planeta, com fotos sendo publicadas na Grécia, Etiópia, Gaza, França, Alemanha e Brasil. 

Como acontece um eclipse?

Eclipses lunares ocorrem quando o satélite natural da Terra atravessa a região de sombra que nosso planeta projeta no espaço. São eventos que ocorrem pelo menos duas vezes por ano em algum lugar do planeta. "O último eclipse lunar total visível do Brasil ocorreu em 27 de setembro de 2015 e o próximo será em 21 de janeiro de 2019."

Mas por que "Lua de Sangue"? Durante o eclipse total, a Lua adquire uma coloração avermelhada em razão do desvio sofrido pela luz solar na atmosfera terrestre. "A atmosfera funciona como uma lente que desvia as luzes vermelha e laranja do sol, conferindo a cor avermelhada desse eclipse", explica o professor de física Daniel Rutkowski, da Eseg (Escola Superior de Engenharia e Gestão). "Se a Terra não tivesse atmosfera, o eclipse ficaria totalmente escuro."

Nos últimos anos, o termo "Lua de Sangue" entrou na moda, embora não seja comum entre os astrônomos. "É um termo popular. As faculdades acabam usando para chamar a atenção e conseguir ensinar alguma coisa sobre o assunto", diz Rutkowski.