Rio destina ao Museu do Amanhã 24 vezes o que Nacional pede para manutenção
Ambos são museus de ciência e estão em áreas centrais do Rio. Mas, além dos oito quilômetros que separam o Museu do Amanhã do Museu Nacional, há entre os dois um abismo orçamentário: a instituição inaugurada em 2015 recebeu, dos cofres públicos, R$ 12 milhões ano passado -- ou 24 vezes o valor que o museu de 1822 pedia para arcar com suas despesas de manutenção.
A origem do dinheiro é diferente, embora a fonte seja a mesma: o dinheiro do contribuinte, que chega ao Museu do Amanhã via Prefeitura do Rio, enquanto o Museu Nacional recebe do governo federal, que repassa a verba para uma universidade, a UFRJ.
Sem receber o repasse completo para sua manutenção há três anos, o Museu Nacional viu o auge de sua crise no último domingo (2), quando um incêndio destruiu as instalações. Agora, a Polícia Federal investiga as causas do incidente,
R$ 39,4 milhões
À primeira vista, trata-se de uma diferença orçamentária de 78,8 vezes, mas há ressalvas. Os R$ 39,4 milhões do Museu do Amanhã incluem a folha de pagamento de seus 153 funcionários, enquanto os salários dos 300 funcionários do Museu Nacional são pagos à parte, “geridos pelo Tesouro Nacional”, informa a assessoria da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). O gasto não foi informado pelo ?museu federal até o fechamento da reportagem.
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Sensação no Rio de Janeiro, o Museu do Amanhã também recebe incentivos da iniciativa privada, além da receita de bilheteria e do aluguel de espaços para eventos. Dos quase R$ 40 milhões, a prefeitura bancou R$ 4 milhões e, até o final do ano, promete repassar mais R$ 8 milhões em parcelas, como ocorreu em 2017. O restante da receita (R$ 27 milhões) é dinheiro de "patrocínios e receitas operacionais".
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