Por 'partícula de Deus', CERN quer acelerador de partículas 4 vezes maior
A Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN) pretende construir um acelerador de partículas quatro vezes maior que o equipamento usado atualmente, com cerca de 100 km em formato circular.
O novo laboratório, chamado de Futuro Colisor Circular (FCC, na sigla em inglês), também ficaria próximo a Genebra, na Suíça, e substituiria o Grande Colisor Hádrons (LHC), que foi usado para descobrir o bóson de Higgs. Chamada de "partícula de Deus", ela é um elemento subatômico que, segundo os físicos, seria o que dá massa às demais partículas, como elétrons e átomos.
Colisores de partícula como o LHC enviam partículas a velocidades muito altas para que se choquem umas com as outras e permitam que os pesquisadores analisem alguns detalhes. Quando estiver em pleno funcionamento, o FCC vai permitir que as partículas colidam com dez vezes a energia da permitida pela LHC.
A expectativa dos cientistas do CERN é que o novo colisor tenha poder suficiente para que consigam estudar com mais precisão o bóson de Higgis e outras questões fundamentais para compreender o Universo, como a composição da matéria escura e por que há mais matéria do que antimatéria.
A ideia do FCC foi elabora em um relatório que envolveu mais de 1.300 colaboradores do CERN, vindos de 150 universidades de todo mundo e que trabalharam durante cinco anos.
O relatório de projeto conceitual do FCC é uma realização notável. Ele mostra o tremendo potencial da FCC para melhorar nosso conhecimento da física fundamental e avançar muitas tecnologias com amplo impacto na sociedade
Fabiola Gianotti, diretora-geral do CERN
A construção do colisor precisa de autorização das autoridades europeias. Se isso acontecer, a previsão é que o equipamento seja entregue em 2040.
Somente a construção do túnel onde as partículas serão aceleradas custará 5 bilhões de euros. A introdução de novas partículas no equipamento ocorreria aos poucos e também dependeria de investimento. A primeira etapa, por exemplo, projetada para colidir partículas chamadas de léptons custaria 4 bilhões. Já a segunda, que chocaria prótons, envolveria a aplicação de 15 bilhões de euros adicionais.
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