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Trump decide proibir TikTok nos EUA por suspeita de espionagem da China

Pixabay
Imagem: Pixabay

01/08/2020 07h45

O presidente Donald Trump anunciou que vai proibir a rede social TikTok nos Estados Unidos, após as autoridades americanas mostrarem preocupação com a possibilidade da plataforma ser usada como ferramenta da inteligência chinesa. Trump deverá assinar um decreto oficializando a interdição hoje.

Em declarações a jornalistas durante viagem no avião presidencial Air Force One ontem, Trump afirmou: "Em relação ao TikTok, vamos proibi-lo nos Estados Unidos".

O aplicativo de vídeos, muito popular entre os jovens e que pertence à ByteDance, um grupo com sede na China, tem cerca de um bilhão de usuários no mundo e cerca de 80 milhões apenas nos EUA. No país asiático, o grupo ByteDance possui um aplicativo semelhante, porém com outro nome.

Funcionários e legisladores americanos expressaram nas últimas semanas preocupação com a possibilidade de o aplicativo ser usado pela China como ferramenta de espionagem. O TikTok estava sob investigação da CFIUS, a agência dos EUA responsável por garantir que os investimentos estrangeiros não representem um risco à segurança nacional.

O grupo ByteDance sempre negou, no entanto, qualquer vínculo com o governo de Pequim.

Ontem, antes do anúncio de Trump, a mídia americana acreditava que o presidente iria forçar o grupo chinês a vender o TikTok. Segundo o "Wall Street Journal" e a agência Bloomberg, o presidente estava prestes a assinar uma ordem oficial para forçar a empresa-mãe chinesa a se separar do aplicativo, em nome da proteção da segurança nacional.

O canal de TV Fox News afirmou que a Microsoft estava negociando para adquirir a rede social, cujo valor poderia alcançar dezenas de bilhões de dólares. Mas Trump parece ter optado pela proibição da plataforma.

"Nós não somos políticos"

Há alguns dias, a TikTok se comprometeu a ter um alto nível de transparência e, em particular, a permitir verificações de seus algoritmos, para tranquilizar usuários e reguladores.

"Não somos políticos, não aceitamos publicidade política e não temos agenda. Nosso único objetivo é permanecer uma plataforma viva e dinâmica, apreciada por todos", afirmou o diretor do TikTok nos EUA, Kevin Mayer, na quarta-feira.

A rede social também é contestada em outros países. Desde 30 de junho, o aplicativo de vídeos adorado pelos adolescentes foi proibido na Índia, onde passou várias semanas no topo da lista de 59 aplicativos chineses bloqueados por Nova Délhi para "garantir a segurança e a soberania do ciberespaço indiano".

O Paquistão, um país muçulmano muito conservador, lançou recentemente "um ultimato" ao TikTok para remover de sua plataforma conteúdos considerados "imorais, obscenos e vulgares".

Com informações da AFP