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Há 'homenzinhos' verdes? O que ex-oficial traz de novo sobre presença de ETs e óvnis

Luciana Rosa

Correspondente da RFI, em Nova York

27/07/2023 08h38Atualizada em 28/07/2023 08h02

Nesta quarta-feira (26), o ex-oficial de inteligência da Força Aérea David Grusch afirmou que o governo dos Estados Unidos mantém em sigilo um programa de defesa de longa data que coleta evidências da existência de vida em outros planetas. As afirmações ocorreram em uma audiência na Câmara dos Deputados americana sobre objetos voadores não identificados, os óvnis, e fenômenos anômalos não identificados.

Grusch, que fazia parte de uma força-tarefa do Pentágono que investiga esse tipo de fenômeno, diz que o governo teria sob seu poder naves e produtos biológicos "não humanos". Ele foi desligado recentemente do programa.

No último mês de junho, David Grusch, que liderava a força tarefa de análise de fenômenos anômalos inexplicados, ou UAP, na sigla em inglês, fez a primeira acusação de que o governo estava secretamente abrigando espaçonaves alienígenas. Ele também revelou que os EUA conduzem um programa de "várias décadas" que coletou e tentou fazer engenharia reversa de óvnis acidentados.

Desde então, a intriga sobre quais evidências o governo tem - ou não - sobre objetos voadores não identificados só se intensificou.

Na quarta-feira, Grusch repetiu algumas dessas afirmações diante de uma comissão investigativa no Congresso, e algumas delas, sob juramento.

Congresso forma comissão de inquérito

Existe um comitê no Congresso Americano que investiga a existência de óvnis e procura saber se o governo estaria ocultando informação sensível sobre o tema.

A primeira vez que Grusch fez declarações públicas sobre o tema foi em entrevistas veiculadas no Debrief e no NewsNation. As afirmações de que o governo estaria ocultando informações do Congresso sobre as capturas extraterrestres levou à formação imediata de um comitê de investigação.

Tim Burchett, um congressista republicano que co-lidera a investigação, afirmou nas últimas semanas que os Estados Unidos têm evidências de tecnologia que "desafia todas as nossas leis da física" e que naves alienígenas possuem tecnologia que poderiam "transformar humanos em um briquete de carvão".

Na audiência desta quarta-feira, Burchett listou entidades governamentais, incluindo a comunidade de inteligência e o próprio Pentágono, acusando-os de ter impedido o Congresso de obter relatórios do governo sobre óvnis.

"O óvni está emergindo como um grande tópico de importância global", disse ele. "Conheci um sujeito que veio da Dinamarca para estar aqui nesta reunião", observou em sua parte da audiência desta quarta.

A audiência atraiu muito interesse global e abriu a janela de especulações e alegações de que os Estados Unidos estariam escondendo evidências de vida e tecnologia alienígenas.

Na quarta-feira, porém, Burchett procurou minimizar, de certa forma, o que as pessoas iriam ouvir.

"Não estamos trazendo homenzinhos verdes ou discos voadores para a audiência. Desculpe desapontar cerca de metade de vocês. Vamos apenas chegar aos fatos", advertiu o republicano.

Embora Grusch não tenha falado sobre a existência de homenzinhos verdes, ele disse que o governo resgatou, sim, seres alienígenas.

A pergunta da deputada Nancy Mace questionando se ele acredita que os Estados Unidos derrubaram naves e têm os corpos dos pilotos desses veículos, gerou a seguinte resposta por parte de David:

"Como eu disse... os produtos biológicos vieram com algumas dessas naves recuperadas."

Origem não-humana

Ela pergunta se esses produtos são de origem humana?

"Não-humano", diz o ex-agente.

Ele reitera que esses produtos biológicos não-humanos foram assim avaliados por pessoas com conhecimento direto do programa do Pentágono e que continuam trabalhando no projeto até hoje.

Esta não é primeira vez que óvnis deixam os legisladores em alerta

Em 2017 e 2018, dois ex-pilotos de caça da Marinha americana, David Fravor e Ryan Graves, descreveram encontros com objetos desconhecidos - separados por uma década e um continente - ao jornal "The New York Times ".

Os relatos também geraram o pedido de legisladores por mais transparência do governo.

Os avistamentos foram relatados ao Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais do Pentágono, que analisou dados de radar, imagens de vídeo e contas fornecidas por oficiais superiores.

Alguns dos objetos identificados e posteriormente publicados em vídeos divulgados pelo Pentágono foram classificados como ilusões de ótica ou drones, mas outros permanecem sem explicação.