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Deu Tilt #8: Agora é a hora da diversidade ajudar a salvar as empresas

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27/04/2020 04h00

Como visões plurais e o acesso e a inclusão de grupos, que antes estavam distantes da tecnologia, podem trazer novas experiências aos usuários e ajudarem no desenvolvimento e na performance das empresas? Algoritmos podem ser racistas? Chegou a hora das mulheres e dos negros nesse mercado? Para responder essas e outras questões convidamos Silvana Bahia, diretora do Olabi, organização social que trabalha tecnologia e diversidade para o oitavo episódio do podcast de ciência e tecnologia, o "Deu Tilt" (ouça no arquivo acima o programa).

Nele, o colunista Ricardo Cavallini, o Cava, conduz o bate-papo com Bahia, sobre o cenário da tecnologia e traz saídas práticas para diminuir a desigualdade nessa área. Ela sinalizou logo no inicio da discussão o quanto o machismo também está relacionado com o ainda baixo número de mulheres ocupando cargos nesse setor (ouça a partir de 03:40).

"Isso está diretamente ligado a uma questão de acesso e oportunidade também, né? Porque quando a gente cresce já num contexto onde mulheres não são boas para determinados assuntos, a gente nem experimenta esses determinados assuntos. Então, é como quando a gente é criança e a gente ganha bonequinha, panelinha e os meninos ganham o Lego, o brinquedo de montar e desmontar, ferramenta", comentou ela.

Cava pediu que Bahia explicasse a importância das corporações se preocuparem com a diversidade no seu time de colaboradores e abriu espaço para que ela pontuasse resultados que podem ser sentidos nas finanças das empresas (ouça a partir de 5:44).

"Quanto mais diversidade a gente têm, mais lucro as empresas têm. E aí, porque isso acontece? Porque elas têm serviços melhores, elas têm produtos melhores, porque elas conseguem englobar mais visões de mundo dentro dos seus serviços", respondeu Silvana que ressaltou que esses resultados são comprovados por diversos dados de pesquisas.

Cavallini trouxe dados do estudo 'A diversidade como alavanca de performance' realizado pela McKinsey, consultoria empresarial americana. "Quando você tem na empresa uma diversidade de gênero você aumenta o seu resultado, a sua margem de lucro em 21%. E quando você tem diversidade ainda mais ampla, étnica, cultural [...] o aumento chega a ser 33%", afirmou o colunista.

A pedido de Cava, Bahia comentou de forma prática o que os RHs das empresas podem fazer, que apesar de ter deixado claro que esse não é um processo rápido, trouxe algumas sugestões que podem ser aplicadas na hora de abrir um processo seletivo, por exemplo.

"Quando a gente diz [...] para uma vaga 'inglês fluente' às vezes, não necessariamente aquela vaga necessita de um inglês fluente, mas um inglês intermediário ou um inglês técnico dá conta da pessoa executar o trabalho dela. Talvez olhar para esses mecanismos, porque quando você pensa em inglês, por exemplo, você já exclui um monte de gente no Brasil, porque muita gente não fala inglês", comentou ela.

Silvana Bahia também é coordenadora do PretaLab, iniciativa que estimula mulheres negras e indígenas nas tecnologias e é mestre em cultura e territorialidades pela Universidade Federal Fluminense.

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