Deu Tilt #17: Um asteroide vem aí: o que eu faço? Quem irá me proteger?

No exato momento em que você lê este texto, milhares de asteroides estão viajando no espaço próximos à Terra. Muitos deles, os astrônomos nem mesmo sabem que existem. Por isso, há, sim, uma chance de sermos atingidos.

Sobre esse assunto Guilherme Tagiaroli, repórter de Tilt, bateu um papo com Filipe Monteiro, doutor em astronomia pelo Observatório Nacional e especialista em asteroides, no 17º episódio do podcast Deu Tilt.

Ouça o episódio na íntegra no player acima.

Segundo Monteiro, existem na região próxima da Terra cerca de 25 mil asteroides conhecidos, mas isso é apenas metade de todos esses objetos. Ou seja, falta identificar outros 25 mil asteroides (ouça a partir de 11:43).

"Dos conhecidos, alguns têm uma chance pequena de colidir com a Terra. A probabilidade é muito pequena mesmo. Por isso, é preciso observar esses objetos para saber se suas órbitas estão sendo alteradas, por algum motivo. E também para descobrir novos asteroides", afirmou.

Em 2009, um asteroide chegou a colidir com o nosso planeta. Monteiro explicou que a sorte é que era um objeto pequeno, de cerca de 5 metros de diâmetro, e foi descoberto apenas horas antes da colisão (ouça a partir de 13:24).

"Se esse asteroide tivesse 100 ou 200 metros de diâmetro seria uma catástrofe. Não daria tempo de fazer nada. Nesse caso, o astrônomo que descobriu avisou os órgãos responsáveis justamente para se promover o maior número de observações desse objeto. O asteroide caiu no deserto do Saara e especialistas foram até lá para observar a entrada na Terra e recolher fragmentos", contou.

Monteiro ainda afirmou que a maioria das pesquisas científicas voltadas para descobrir asteroides estão quase todas no hemisfério norte (ouça a partir de 15:00).

"É como se o céu do hemisfério norte fosse todo monitorado e do hemisfério sul fosse pouco. E isso cria buracos de observações", explicou.

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