Deu Tilt #20: Como a crise mundial de chips afeta a mim e o meu bolso?
Thiago Varella
Colaboração para Tilt
18/06/2021 04h00
Está faltando chip no mercado e, por mais que a gente nem perceba, isso pode impactar nossas vidas. Um exemplo desse impacto é a chance de que celulares e outros eletrônicos fiquem mais caros. Para você ter uma ideia, várias fábricas aqui no Brasil precisaram interromper a produção por conta dessa escassez de componentes.
Para discutir o tema, o podcast Deu Tilt convidou nesta semana Helder Galeti, professor do departamento de engenharia elétrica da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), e Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa da consultoria IDC Brasil.
Ouça o episódio na íntegra no player acima.
Segundo Sakis, o problema da falta de chip se dá por uma questão muito mais econômica do que de falta de matéria-prima, já que o mercado não estava preparado para o aumento da demanda por produtos eletrônicos que vem, principalmente, desde o ano passado, com a pandemia de covid-19 (ouça a partir de 04:30).
"As fábricas estavam dimensionadas para um mercado de um tamanho, com uma perspectiva de que não fosse crescer muito nos próximos anos, e, de repente, houve uma chacoalhada no mercado global e a gente tem uma mudança no cenário que é um dos principais fatores dessa turbulência na produção de vários produtos", afirmou.
O problema é que, por conta da falta de chips, alguns produtos estão ficando mais caros para o consumidor final (ouça a partir de 08:55).
"A gente notou, desde o início do ano passado, os custos de computadores, celulares, todos estão sofrendo aumentos sucessivos de uma forma muito mais forte do final do ano passado para agora", disse Sakis.
A demanda pelo produto é grande, até porque os chips não estão somente nos nossos computadores e celulares. Carros e eletrodomésticos, como geladeiras, também contam, muitas vezes, com esses pequenos componentes (ouça a partir de 11:00).
"Tanto nos carros quanto naqueles produtos com valor agregado maior e que são cada vez mais demandados para interação e entretenimento, você vê o efeito, mas a causa está num nível microscópico que as pessoas não percebem", disse Galeti.
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