O axé music passou da fase da adolescência. Como todo adolescente, teve acertos e também cometeu muitos erros. É um adulto que ainda tem muito para oferecer, mas tem que olhar um pouco para trás para ter sabedoria e se renovar. Está na hora do axé ir ao divã
Este é o diagnóstico de Manno Góes, compositor e empresário, autor de pelo menos dois grandes sucessos do axé music, 'Milla' e 'Praieiro'.
A análise resume bem o estado atual do movimento musical baiano que completa 40 anos em 2025.
Do surgimento nas ruas de Salvador à explosão nacional nos anos 1990, o axé chegou a emplacar sete músicas entre as 50 mais tocadas nas rádios brasileiras. Os discos ocupavam o ranking dos mais vendidos, muitos ultrapassam a marca de 2 milhões de cópias.
O som que fazia a cabeça dos brasileiros hoje parece ter caído no ostracismo, a julgar pelas paradas de sucesso. Nos últimos quatro anos, apenas uma música apareceu entre as 50 mais tocadas nos streamings, segundo a Pró-Música: 'Zona De Perigo', de Leo Santana.
Para a cantora e ministra Margareth Menezes não se trata de uma crise.
Vários artistas da música baiana continuam aí fazendo shows, trabalhando pelo Brasil inteiro. Acho que a coisa está muito mais solidificada do que 'pra acabou'. Não acabou e não acabará. O rock acabou? O samba acabou? Isso não acaba, simplesmente entra numa dinâmica de constância