No dia do rock, Palco Favela esquece roqueiros vindos da periferia
No dia em que o rock chega com força no Rock in Rio, reunindo Deep Purple e Avenged Sevenfold, o palco Favela fez uma escolha imprevisível em se dedicar ao funk.
Enquanto o palco Supernova apresentou o frescor que ainda pulsa no gênero, com bandas como The Monic e Black Pantera, o palco vizinho escolheu colocar dois nomes potentes do funk, MC Hariel e Poze do Rodo.
Como se apenas o funk pudesse se encaixar num palco dedicado a artistas vindos da periferia.
Ficou ruim para os artistas de rock de origem periférica, que foram excluídos, e para os funkeiros escalados, que poderiam ter tocado em dias que tinham mais a ver com eles.
Hariel não deixou o espaço vazio, mas encararou uma plateia mais dispersa do que o normal para ídolos do funk paulista. Cheio de carisma e jogando em casa, Poze fez um show animado, que merecia um palco maior no dia do trap.
Assim, o Palco Favela desperdiçou a chance de agradar mais o público que se vestiu de preto da cabeça aos pés e introduzir artistas jovens, que entre o rap e o funk, também dialogam e trazem frescor ao rock.
O TOCA sugere alguns:
JUP DO BAIRRO
Jup é de Valo Velho, bairro da região do Capão Redondo, periferia da cidade de São Paulo, onde cresceu viciada em Pitty e Slipknot. A artista já apresentou, nos EPs "Corpo Sem Juízo" e "in.corpo.ação", uma mistura de spoken word, rap e o hardcore e o rock dos anos 2000 - nos sons e na estética nos palcos. Nos últimos anos, ela fez parcerias com seus ídolos de adolescência, como Sugar Kane, Fresno e Pitty.
MATEUS FAZENO ROCK
Mateus Fazeno Rock, nome artístico de Mateus Henrique Ferreira do Nascimento, foi influenciado pelo som de Nirvana e Audioslave durante a infância e adolescência em Sapiranga, no Ceará. Fazer rock parecia improvável, mas o artista fez dois discos elogiados, explorando o gênero. Destaque para o último, "Jesus Ñ Voltará".
MULAMBO
Assim como Jup, Mulambo também vem do Capão Redondo, e joga nos versos de rap de seu primeiro disco, "Do Azar à Sorte", toda a referência estética e sonora do que ele chama de "punk rock de favela". Para os novos emos da quebrada, a faixa "Rock triste para chorar" é quase um hino.
MC TAYA
A rockeira rapper lançou sua primeira música, "Preta Patrícia", em 2019, e foi elogiada por Ludmilla e Preta Gil. Baixista, a artista de Nova Iguaçu introduz no seu som elementos do Nu Metal e hardcore, estilo das bandas que ela teve na infância com os amigos.
*O repórter viajou a convite da Natura
*com colaboração de Rodrigo Ortega
2 comentários
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Eduardo Sarraf Bizon
O Rock In Rio deveria chamar se CacoMusic In Rio. Não tem da nada de Rock. Tem apenas musica de consumo. Desse jeito ROCK IS DEAD.
Jairo da Costa
se fosso ao contrário diriam que era discriminação, mas dessa forma tudo bem né