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Mais diverso ou falta rock? O que a 'velha guarda' acha do Rock in Rio hoje

O casal Eliane e Luis Claudio celebra a diversidade musical presente no Rock in Rio Imagem: Filipe Pavão/UOL

De Splash, no Rio

16/09/2024 12h00

Desde 1985, o Rock in Rio é um festival que não se limita apenas ao rock. No entanto, a cada edição, o festival abre mais espaço para uma maior diversidade musical, abarcando estilos como pop, rap, samba e até sertanejo, o que gera debates nas redes sociais.

Grande parte dos fãs enxerga com bons olhos a inclusão de estilos musicaisvariados. O casal Eliane Bastos, 59, e Luis Claudio Azevedo, 57, é um deles. Os dois, que brincam ser um casal da "velha guarda", estiveram na primeira edição e acreditam que o festival "virou uma cidade".

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"Acho legal ter vários estilos porque eu não estou muito por dentro das bandas novas. Quando venho aqui, começo a conhecer novos artistas. Isso é bem bacana... Quis vir por causa de Evanescence, Paralamas [do Sucesso], Deep Purple e Pitty, mesmo sendo uma participação, gosto muito dela", afirma a artesã.

Virou um evento, não é só rock, tem todos os estilos musicais. Viemos em quase todas as edições. Igual ao primeiro, não vai ter, mas é bom ter bandas novas. A gente ouve no YouTube antes de vir e já chega conhecendo. Só falta darem um show inteiro para a Pitty. Todo mundo cantou com ela na participação. Ela é muito boa, merece ser artista principal, com um show próprio. Luis Claudio Azevedo

O artesão Ricardo Kamel, 64, tem autoridade no assunto: ele esteve em todas as edições do Rock in Rio no Brasil. Acompanhado pela sobrinha Juliana, 34, e o marido dela, Rodolfo, 37, ele acredita que o festival se tornou mais popular.

Ricardo Kamel foi a todos as edições do Rock in Rio Imagem: Filipe Pavão/UOL

Estava naquele lamaçal de 1985, mas era perfeito. Lama era o menor problema. Vim em todas as edições... Normalmente era mais rock and roll. No Rock in Rio foram nove dias para mim. Só não fui a um. Lembro que o único show que perdi foi o do Zé Ramalho. Ricardo Kamel

Apesar de notar a redução do espaço para o rock no festival, ele não vê isso de forma negativa. Pelo contrário, aponta a evolução do festival "com o tempo". "O nome Rock in Rio é como se fosse Música in Rio. Cada banda agrada a alguém. É tão boa essa democracia. Não tem que ser só rock."

"No show dos Paralamas, o Hebert mandou essa: 'Galera que veio no Rock in Rio 1, levanta a mão'. Levantou eu e mais meia dúzia de pessoas. Hoje temos a geração dos filhos e netos dos que estavam lá em 1985."

No entanto, muitos criticam a concepção atual do festival e a diminuição do espaço para bandas de rock. O aposentado Maxsuel Montes, 72, que viajou de Maceió com a esposa, a pedagoga Renilda Santana, 70, afirma que esta foi a pior edição. Ele frequenta o festival desde 2011.

Maxsuel Montes reclama da diminuição do rock no Rock in Rio Imagem: Filipe Pavão/UOL

Pior ano do Rock in Rio. Acabou com a presença das bandas de rock. Hoje só tem Deep Purple. Evanescence é uma evolução do rock, nem é aquele heavy metal. Deveria ter um dia só de metal. Em 2022, vi Iron Maiden, Metallica e Guns N' Roses... O rock brasileiro acabou. Tem Barão, Paralamas, mas isso é passado. Estão tocando aqui por tabela. Maxsuel Montes

A arquiteta Anita Souto, 66, também segue uma linha de pensamento saudosista e diz preferir o line-up da primeira edição. "A primeira foi mais autêntica, todas as bandas de rock eram maravilhosas e tudo era permitido", afirma ela, que preferiu não tirar foto para a reportagem.

Veja outros relatos do público:

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