'Toca pesado e fala pouco': atração do RiR, Pato Fu lembra tensão em 2001

Pato Fu voltou ao Rock in Rio neste último final de semana, 23 anos depois de estrear no festival em clima de tensão.

A banda mineira abriu os trabalhos no domingo (15), num show conjunto com a banda Penélope no palco Sunset, num dia dedicado aos roqueiros — situação parecida com a qual enfrentaram em 2001, quando foram escalados para o dia em que a atração principal era o Guns N' Roses.

"A gente sabia qual era o problema", relembra o guitarrista John Ulhoa. "Uma horda de camisetas pretas que chegou cedo e parou na beira do palco gritando: 'Guns n' Roses!'"

Pode parecer exagero, mas a edição de 2001 do Rock in Rio ficou marcada pela intolerância com a diversidade musical, uma das marcas do festival. No mesmo dia do show do Pato Fu, Carlinhos Brown recebeu uma chuva de garrafinhas de plástico em protesto dos roqueiros mais xiitas.

"Quando a gente entrou, a receita era: toca pesado, fala pouco e vamos levar esse show", explica a vocalista Fernanda Takai.

Deu certo.O show pesado agradou em cheio - e impulsionou a banda a ser reconhecida internacionalmente. Um jornalista da tradicional revista americana "Time" esteve lá e carimbou o Pato Fu numa lista preciosa: "as melhores bandas fora dos Estados Unidos".

O show que aconteceu neste último final de semana transcorreu com tranquilidade - entre músicas pesadas, como "Capetão 6.6", e baladas, como "Canção para Você Viver Mais".

O dia mais roqueiro trouxe, de fato, bandas mais pesadas, como One Republic, NX Zero e Deep Purple, mas também deu destaque ao funkeiro carioca Poze do Rodo.

"Hoje, o público é mais legal e consegue entender as diferenças. Esse é o mundo que a gente busca", diz Fernanda.

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* O repórter viajou a convite da Natura

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