Emanuelle Araújo começou como cover do Olodum aos 14 anos: 'Eu e 40 caras'
Colaboração para Splash, em São Paulo
26/09/2024 05h30
Aos 14 anos, Emanuelle Araújo subia aos palcos para cantar pela primeira vez com uma banda cover do Olodum.
Na época, a cantora e atriz iniciava sua carreira sem saber o que esperar do futuro —mas já com a certeza da veia baiana em seu trabalho. "Era eu e 40 caras. Eu era a única menina", lembra ela em entrevista ao No Tom, programa de Toca apresentado por Zé Luiz e Bebé Salvego.
Com viagens para shows em cidades vizinhas e se aproveitando da eclosão da música baiana, Emanuelle foi se formando artista. "Eu tinha uma escuta muito eclética e estava brotando esse entretenimento baiano", conta. "Existia uma cultura popular muito forte".
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Emanuelle diz se considerar muito nostálgica, mas ao mesmo tempo aberta a aprender com a nova geração. "Me ensina muito".
Cantora lembra participação na Banda Eva: 'Era muito jovem para me entregar'
Emanuelle também comentou sobre substituir Ivete na Banda Eva em 1999. "Foi incrível, uma grande maravilha da minha vida. Com 20 aninhos, começando minha carreira —e, ao mesmo tempo, uma artista muito dedicada e focada no trabalho", conta.
Na época, Emanuelle Araújo fazia faculdade de teatro e tentou conciliar os estudos com os ensaios. "Foi bom, porque me dispersava dessa expectativa mercadológica", conta. "Era o meu despertar nacional na arte, mas ao mesmo tempo estava focada no ofício de ser cantora e atriz. Foi um momento de muito aprendizado".
A cantora conta que "amava" a rotina artística, mas chegou a sentir falta de sua independência e da "vida de atriz". Ainda nova, ela diz que conseguiu distinguir o que a "encantava" na carreira.
Muito nova, tive esse sucesso estrondoso. Me senti muito feliz e preenchida, mas também senti muita falta das minhas pesquisas e de movimentos plurais. Emanuelle Araújo
Muito comprometida com as apresentações de Carnaval, Emanuelle sentia falta da possibilidade de arriscar. "Existia uma inquietude que ficava adormecida. Chegou um momento em que pensei: 'Sou muito jovem ainda, não tenho já que me entregar ao sistema'", conta. "Sempre tive uma rebeldia bem guardada e isso foi muito saudável para mim."
'Sempre tive uma personalidade muito forte, desde pequena'
Durante sua trajetória no mercado musical, Emanuelle Araújo recebeu muitos conselhos, mas priorizou o seu "jeitinho baiano". "Eu sempre tive uma personalidade muito forte, desde pequena. Isso não significa uma personalidade agressiva —sempre fui muito doce, do meu jeitinho, bem baiana. Mas sempre fui falando muito claramente o que eu queria."
Por conta da personalidade, poucas pessoas "se arriscaram" a tentar mudá-la, diz. Um conselho que ela gosta de lembrar é do poeta Waly Salomão, que ainda ecoa na mente da cantora: "Nunca pare de cantar".
No Tom
No novo programa de Toca, Zé Luiz e Bebé Salvego entrevistam artistas de diferentes vertentes num papo cheio de revelações, lembranças e muito amor pela música. Assista ao episódio completo com Emanuelle Araújo: