Cantando música de Ed Sheeran, Matteo Bocelli volta bem diferente ao Brasil
No mês de maio, Matteo Bocelli veio ao Brasil para participar da mais recente turnê de seu pai, o tenor Andrea Bocelli. Em outubro, o cantor italiano retorna para duas apresentações, nos dias 8 (quando completa 27 anos) e 9, no Rio e em São Paulo, respectivamente, e o público verá uma performance bem diferente.
O que ele disse
Matteo Bocelli deixa de lado o talento operístico que exibe nos concertos do pai nessa excursão por 19 países das Américas. Agora, a proposta é divulgar "Matteo", seu primeiro álbum solo, lançado em setembro do ano passado. É um trabalho de música pop agradável e sofisticada, com momentos muito bons. Para uma comparação, são perceptíveis ecos de cantores como Ed Sheeran e John Legend.
"Estou bem empolgado com o álbum. O repertório surgiu de mais de 100 canções, foi um grande trabalho de seleção", diz o italiano, que já promete uma futura correção de rota.
Acho que a vida da gente está sempre em constante mudança. Então eu estou muito feliz com o resultado do álbum ['Matteo'], mas ao mesmo tempo já sei que o próximo terá grandes mudanças em relação a este. Matteo Bocelli
Ele explica que escolher os muitos nomes que participam do projeto foi um processo de anos acompanhando o pai, o que o levou a conhecer muitos produtores e instrumentistas. Aos poucos, foi descobrindo aqueles que têm mais afinidade com suas ideias musicais.
A citação a Ed Sheeran tem relevância. Amigo e um ídolo confesso de Bocelli, Sheeran escreveu um dos maiores hits do álbum, "Chasing Stars".
Com letra falando de relação entre pai e filho, é inevitável perguntar se o amigo fez a canção se referindo aos Bocelli. "É uma canção que ele escreveu com o irmão, e Ed nunca me contou como foi que ela surgiu.
É engraçado que, apesar de os dois terem vindo de origens totalmente diferentes, temos em comum o fato de nossos pais estarem envolvidos com música clássica. E são pais que sempre se preocuparam em compartilhar esse amor pela música com os filhos. Então, embora a letra fale do pai dele, eu vejo muitas semelhanças com a minha história pessoal. Matteo Bocelli
O álbum tem 12 faixas; sete são cantadas em inglês, e cinco, em italiano. Algumas críticas a respeito dos shows da turnê apontam que Bocelli parece mais à vontade no palco quando canta em italiano. Dominando o inglês desde criança, ele afirma que se sente confortável nos dois idiomas, "mas é mais fácil para mim cantar em italiano, o idioma da minha família".
Ele gosta de ler o que a imprensa fala dele e de sua música. "Acho que as críticas, a não ser as mal-intencionadas, são úteis. Eu aceito críticas, gosto de estar cercado de pessoas que dizem o que acham bom e o que acham ruim. É com as críticas que você pode evoluir."
E reconhece que é difícil as pessoas fugirem da comparação com o pai. "Você tem aspectos positivos de um lado e aspectos negativos de outro. Eu estou trabalhando no que eu gosto, isso é ótimo."
É claro que ser filho de Andrea Bocelli cria um monte de expectativas. Há pessoas que cobram que eu seja tão bom quanto ele. Mas creio que o mais importante é ser autêntico. Matteo Bocelli
Optar por uma carreira na música pop pode ajudar a fugir das comparações. "Há uma técnica própria para cantar de forma operística, uma maneira específica de entregar sua voz à plateia. Uma canção pop é totalmente diferente na interpretação. Um artista pode cantar das duas formas, mas o difícil é ser convincente em ambas. Vejo cantores de ópera tentando fazer pop, mas sem abrir mão da técnica operística. Vou dizer: o resultado é muito esquisito."
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Quero receberDo repertório do álbum, Bocelli leva ao palco uma faixa de pop perfeito, "For You", o grande momento do disco e do show. Mas haverá também músicas agitadas, como "Fasi" e "Luccica", e, principalmente, canções românticas: "I'm Here", "Piove (Solo L'Amore)", "Me or You" e "Beautiful Disaster" provocam reações apaixonadas e gritinhos do público.
Ele analisa a beleza física com tranquilidade. "Se a aparência ajuda na carreira? Obviamente que sim. Se você voltar no tempo, nos anos 1960, por exemplo, isso não era tão importante. Mas hoje, com os clipes e as mídias sociais, os artistas têm suas faces como marcas registradas. Você vê hoje muitos cantores atuando em filmes, muitos deles ligados a projetos de moda."
Definitivamente, a imagem é importante e parece que para mim é uma boa ajuda. Matteo Bocelli
Falando em cantores que se arriscam como atores, Bocelli participou de um filme de fantasia do diretor George Miller, o homem responsável pela franquia "Mad Max". Lançado em 2022, "Era uma Vez um Gênio" é uma espécie de "Aladin para adultos" e conta com Idris Elba e Tilda Swinton no elenco. Seu projeto seguinte nas telas é personificar o ídolo do tango Carlos Gardel numa cinebiografia.
Desde adolescente escuto que meu rosto funciona bem diante de câmeras. Quando veio a oportunidade de estar no elenco de um filme de George Miller, aceitar foi a resposta mais óbvia possível. Foi uma experiência incrível, emoções que nunca tinha sentido antes. Se tiver novas oportunidades no futuro para fazer cinema, vou agarrá-las. Matteo Bocelli
Matteo Bocelli
- Rio de Janeiro
Quando: terça (8/10), às 21h
Onde: Vivo Rio (av. Infante Dom Henrique, 85)
Quanto: a partir de R$ 125
Ingressos à venda pelo site da Sympla.
- São Paulo
Quando: quarta (9/10), às 21h
Onde: Sala São Paulo (praça Júlio Prestes, 16)
Quanto: a partir de R$ 200
Ingressos à venda no site da Sala São Paulo.
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