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Emanuelle Araújo sobre Banda Eva: 'Muito jovem para me entregar ao sistema'

Colaboração para Splash, em São Paulo

27/09/2024 05h30

Na virada do século, em 1999, Emanuelle Araújo substituía Ivete na Banda Eva e tentava "equilibrar os pratinhos" de uma rotina com shows e estudos.

Na época, a cantora fazia faculdade de teatro e tentou conciliar com os ensaios. "Foi bom, porque me dispersava dessa expectativa mercadológica", conta em entrevista ao No Tom, programa de Toca apresentando por Zé Luiz e Bebé Salvego. "Era o meu despertar nacional na arte, mas ao mesmo tempo estava focada no ofício de ser cantora e atriz. Foi um momento de muito aprendizado."

A cantora conta que "amava" a rotina artística, mas chegou a sentir falta de sua independência e da "vida de atriz". Ainda nova, ela diz que conseguiu distinguir o que a "encantava" na carreira.

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Muito nova, tive esse sucesso estrondoso. Me senti muito feliz e preenchida, mas também senti muita falta das minhas pesquisas e de movimentos plurais. Emanuelle Araújo

Muito comprometida com as apresentações de Carnaval, Emanuelle sentia falta da possibilidade de arriscar. "Existia uma inquietude que ficava adormecida. Chegou um momento em que pensei: 'Sou muito jovem ainda, não tenho já que me entregar ao sistema'", conta. "Sempre tive uma rebeldia bem guardada e isso foi muito saudável para mim."

Primeiro trabalho da cantora foi cover de Olodum: 'Eu e 40 homens'

Antes da Eva, ainda com 14 anos, Emanuelle Araújo subia aos palcos para cantar pela primeira vez com uma banda cover do Olodum.

A cantora e atriz diz que iniciava sua carreira sem saber o que esperar do futuro —mas já com a certeza da veia baiana em seu trabalho. "Era eu e 40 caras. Eu era a única menina", lembra.

Com viagens para shows em cidades vizinhas e se aproveitando das eclosão da música baiana, Emanuelle foi se formando artista. "Eu tinha uma escuta muito eclética e estava brotando esse entretenimento baiano", conta. "Existia uma cultura popular muito forte."

Emanuelle diz se considerar muito nostálgica, mas ao mesmo tempo aberta a aprender com a nova geração. "Me ensina muito".

Personalidade forte foi o que manteve a essência de Emanuelle

Durante sua trajetória no mercado musical, Emanuelle Araújo recebeu muitos conselhos, mas priorizou o seu "jeitinho baiano". "Eu sempre tive uma personalidade muito forte, desde pequena. Isso não significa uma personalidade agressiva —sempre fui muito doce, do meu jeitinho, bem baiana. Mas sempre fui falando muito claramente o que eu queria."

Por conta da personalidade, poucas pessoas "se arriscaram" a tentar mudá-la. Uma conselho que ela lembra bem foi do poeta Waly Salomão, que ainda ecoa na mente da cantora: "Nunca pare de cantar".

No Tom

No novo programa de Toca, Zé Luiz e Bebé Salvego entrevistam artistas de diferentes vertentes num papo cheio de revelações, lembranças e muito amor pela música. Assista ao episódio completo com Emanuelle Araújo:

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