Curumin propõe retorno à natureza em novo álbum: 'Futuro mais próspero'
Durante a pandemia, o cantor, compositor e produtor musical Curumin voltou aos estudos dos seus instrumentos musicais, bateria e violão. Assim começava a ser criado o recém-lançado álbum "Pedra de Selva". O cantor apresenta na sexta (4) e no sábado (5), no Sesc Pompeia, em São Paulo, o show de lançamento desse disco, o quinto de sua carreira.
O que vai acontecer
Após 7 anos do seu último trabalho, Curumin lança 17 faixas inéditas. O álbum conta com participações de François Muleka, Funk Buia, Ava Rocha, Josyanne, Jéssica Caetano, Iara Rennó, Livia Nery, Rimon Guimarães, além dos seus três filhos, Rubi, Bento e Benedito, como backing vocals.
Temperado pelas emoções do difícil contexto vivido, como medo e raiva, o novo álbum nos convida a atravessar os momentos da vida com maior sutileza. Nele, Curumin propõe o retorno ao corpo para reacender as velhas tecnologias sensíveis e inerentes ao ser humano, que foram atrofiadas pelo desenvolvimento industrial com o passar do tempo na sociedade capitalista.
O artista cita que autores como Ailton Krenak trouxeram inspiração para a produção, partindo da ideia de que mesmo de uma profunda desesperança pode resgatar o lado humano das pessoas. A ideia de que sempre resta uma luz de esperança é retratada no áudio de sua amiga Lellê, na primeira faixa.
Depois que fui formatando essa ideia do disco, comecei a entender que tinha muito a ver com o que o Krenak, o Salloma Salomão falam, da ideia de rever a natureza. A gente foi se encantando com as máquinas e há outras tecnologias nas quais a gente poderia ter avançado, mas entregou para as máquinas. Curumin
Assista ao vídeo da música 'Flexa do Dedo'
Quem é Curumin
Luciano Nakata Albuquerque, o Curumin, nasceu em São Paulo e começou a sua trajetória musical tocando violão, bateria, percussão e cavaquinho. Como baterista, ele acompanhou artistas como Arnaldo Antunes, André Abujamra, Vanessa da Mata, Romulo Fróes, Guizado, Alzira Espíndola e Céu.
Seus trabalhos, como "Achados e Perdidos" e "Japan Pop Show", tiveram uma repercussão superpositiva do público e principalmente da crítica musical, que o definiu como um dos principais compositores da música brasileira.
Mesmo me sentindo distante desta tal consolidação e me sentindo num desafio constante de me manter fazendo música, ainda acho que as pessoas, quando ouvirem minha música e irem ao meu show, vão se conectar com quem faz arte de coração, com quem se entrega de verdade pra parada. Esse disco é uma renovação de votos com a música! Curumin
Na faixa "Só Para no Paraibuna", após uma viagem a São Luís do Paraitinga, cidade onde deságua o rio Paraibuna, o artista reflete o quanto o sistema capitalista tira a possibilidade do ser humano conseguir viver de forma plena, através da conexão com a natureza. Em um trecho o cantor cita que o "o homem é pequeno e a cachoeira é grande", trazendo a concepção de que realmente o ser humano, mesmo com todo o seu poder, ainda é muito pequeno perto da natureza.
Quando eu ouço o Krenak falar, eu penso que isso é tecnologia de verdade. Isso me apresenta um futuro muito mais próspero e mostra que a gente é apenas uma célula dentro de várias outras nesse mundo! Curumin
Conheça a faixa 'Só Para no Paraibuna'
Em "Paixão Faixa Preta", Curumin conta com a parceria de Rico Dalasam na composição da letra. O artista, além de falar de amor próprio, retrata o amor entre duas pessoas através de um sentimento avassalador que o faz buscar o afeto constantemente. Curumin cita que a produção dessa música foi um pedido especial, pelo fato de ele se identificar muito com a sua forma de compor e de gostar de como sua arte reverbera para as pessoas.
Escute a faixa 'Paixão Faixa Preta'
Com o lançamento de singles duplos de "Corredor do Mato Dentro/Pisa e Flecha do Dedo/Paixão Faixa Preta", o cantor buscou a reconexão com o seu público, divulgando nas redes sociais de forma muito autêntica e questionando o quanto que as redes sociais atrapalham no processo. O cantor comenta que, em uma conversa com Arnaldo Antunes, com quase 50 anos de carreira, ele refletiu dizendo que o mais difícil não é fazer sucesso e, sim, se manter dentro desse sucesso.
Cada dia que passa eu entendo mais quando os meus pais me disseram que é difícil viver de música. Porque vejo toda hora artistas extremamente talentosos desistindo de trabalhar com música. Porém, estar aqui lançando trabalho novo e buscando viver de música é uma grande resistência! Curumin
Curumin
Quando: sexta (4) e sábado (5), às 21h30
Onde: Sesc Pompeia (r. Clélia, 93 - Água Branca, São Paulo - SP)
Quanto: R$ 60 (inteira)
Ingressos à venda pelo site do Sesc Pompeia.
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