Salgadinho inventou videoaula de cavaquinho: 'Comecei vendo outros tocarem'

Salgadinho lembrou ao No Tom, programa de Toca apresentado por Zé Luiz e Bebé Salvego, que foi o primeiro a lançar uma videoaula de cavaquinho, em 1993 e por VHS.

O cantor conta que aprendeu a tocar a partir do que ouvia em músicas —enquanto hoje há centenas de videoaulas no YouTube para a nova geração. "É um orgulho ver a molecada jovem pegando isso", diz.

Onde eu morava, nas bancas, não tinha as revistas que as pessoas comentavam [de ensino de música]. Comecei a prática de ver as pessoas tocarem, ir perguntando como era. Sempre fui muito curioso Salgadinho

Aos poucos, ele entendeu os perfis de samba e começou a mergulhar na música, a fim de se profissionalizar. "Hoje, nas bandas de pagode, não tem um cara que toque pandeiro que não saiba ler [diferentes partituras]. Eles tocam de tudo, são profissionais de verdade."

Enquanto lembrava do início de sua carreira, Salgadinho contou que frequentou muitas casas e escolas de samba e que uma delas ganhou seu coração. "Sou um corintiano que torce pra Camisa Verde e Branco", brinca.

Teste no ponto de ônibus e choro no Corujão o levaram ao Katinguelê

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Na entrevista, Salgadinho conta que abandonou o nome "Paulinho" enquanto construía sua estratégia de marketing.

Mas, antes de crescer na carreira, ele vivenciou algumas coincidências. Ainda quando tocava de forma recreativa, ele conheceu um pagodeiro em um ponto de ônibus e apresentou seu dom para ele. "Um teste no ponto de ônibus", brinca Zé Luiz.

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A partir daí, acabou conhecendo outros músicos e criou uma rede de contatos. Na época, ele chegou a integrar um grupo e foi convidado em cima da hora para tocar em um evento - de madrugada, enquanto começava o Corujão (Globo). "O cara [que me convidou] começou a chorar de desespero e falei: 'Eu vou'".

Foi assim que ele entrou oficialmente no grupo Katinguelê e alavancou a carreira como músico.

Assédio no auge do pagode: 'Sequestro da minha mãe mudou a chave'

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Salgadinho ainda lembrou do assédio que sofreu em sua carreira. "Fui aprendendo no processo. Nos palcos, nos bastidores", conta. "[A fama] Muda a forma de você ser recepcionado; as pessoas começam a querer te agradar mais."

Mas a experiência que o fez "virar a chave" como cantor foi o sequestro de sua mãe, afirma. "Comecei a filtrar e me retrair um pouco mais do contato social em qualquer lugar que eu pudesse", lembra. "Não dá para confiar em todo mundo."

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Nessa época, o caso se tornou notório e o cantor sofreu ameaças que o impediram de dar entrevistas sobre o ocorrido — aumentando as especulações.

A fuga de sua mãe, inclusive, ocorreu durante uma reportagem do Fantástico (Globo) sobre o caso. "As duas pessoas que estavam com minha mãe no cativeiro foram assistir. Ela percebeu e pulou, saiu correndo. Já tinha uma viatura da PM passando. Prenderam 16 pessoas na época, e só 3 foram condenadas. Depois disso, passei a maior represália. Me ligavam dizendo: 'A gente sabe onde você vai tocar, vamos te buscar'. E passei a andar com segurança comigo."

O "choque" o fez acreditar que se resguardar e mudar sua postura era a melhor decisão.

No Tom

No novo programa de Toca, Zé Luiz e Bebé Salvego entrevistam artistas de diferentes vertentes num papo cheio de revelações, lembranças e muito amor pela música. Assista ao programa completo com Salgadinho:

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Ouça Salgadinho com Toca:

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