Tiquequê defende música para evolução infantil: 'Cabe a nós diversificar'

Focado em canções e espetáculos para crianças "com a qualidade que elas merecem", a dupla Tiquequê conta ao No Tom, programa de Toca com Zé Luiz e Bebé Salvego, os bastidores de seus processos musicais.

Ao lado de Wem, Diana Tatit explica que, desde o início, prezaram pela simplicidade e chegaram a fazer matracas com caixas de CD e canos de PVC em placas de mármore para shows.

No mais recente disco, "Tiquequê Canta Cantigas", a dupla já mostra seu amadurecimento. "É bem gritante a diferença de produção musical", compara Diana, em relação ao primeiro disco do grupo. "Mas continuamos querendo simplificar, se não, não nos apresentaríamos. A solução (...) foi usar uma parte gravada [nos shows]."

A dupla também comentou sobre a diversidade rítmica dentro de suas músicas e como ela é benéfica para as crianças. "A criança gosta, e cabe a nós diversificar", defende Wem. "Fazemos sempre pesquisas de cantigas e ritmos brasileiros".

Diana, inclusive, compara a música com a comida "fast food" —segundo ela, quanto mais "qualidade musical", com ritmos e instrumentos variados, melhor.

As crianças têm pouca consciência, elas gostam do que é apresentado a elas (...) Cabe aos adultos perceberem que há uma fonte mais nutritiva e ofertá-la para as crianças, que vão se desenvolver mais, porque há mais complexidade acústica para elas perceberem Diana Tatit

Dupla lembra origem de duo e conexão com crianças: 'Experimentação'

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Criado há mais de 20 anos, Tiquequê já foi um quarteto, um trio e hoje é uma dupla. Os dois falaram sobre como o grupo surgiu e se firmou entre o público infantil, alcançando números como 60 milhões de visualizações com a música "Barulhinho Barulhão" no YouTube.

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Sobrinha de Paulo Tatit, do Palavra Cantada, Diana diz que começou a fazer música com suas primas, ainda na adolescência, antes de criar o Tiquequê.

O que nunca mudou desde aquela época foi seu público alvo: o infantil. "O tempo todo a gente se comunica com a criança", diz. "Gostamos de pegar músicas que não necessariamente são infantis e fazer uma versão para elas, com espetáculos de várias coisas 'non sense', e contando histórias no meio."

Muitas dessas músicas eram composições de Wem, que posteriormente se juntou ao grupo. "Nosso grande encontro é no palco, com o público. Ali acontece uma mágica; muita experimentação e essa mistura de linguagens: o teatro, a dança e a música, com variados instrumentos."

Diana ainda conta que o Grupo Rumo, que surgiu em 1974 com Luiz Tatit e Paulo Tatit entre os integrantes, foi um dos grandes influenciadores do Tiquequê —e continua sendo até hoje. "É um resgate de músicas antigas", explica Wem. "O Rumo fazia isso naturalmente".

'Não fazemos musiquinha': Infância não existe só em outubro

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Entre novas músicas, clipes e outros projetos, o Tiquequê abraça a luta pelo espaço e respeito às crianças —que não se restringe só ao mês de outubro, defende Wem.

Batalhamos muito para a infância sair desse lugar. Parece que a criança, a infância, cabe toda nesse mês; tudo o que o mundo pensa sobre as crianças cabe em outubro Wem

Diana defende que as crianças precisam da produção artística presente em suas vidas tanto quanto adultos, justamente para educá-los. "Aqui a gente não faz musiquinha", brinca. "Se a criança fosse o centro da discussão, estaríamos em outro lugar", defende Wem.

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No Tom

No novo programa de Toca, Zé Luiz e Bebé Salvego entrevistam artistas de diferentes vertentes num papo cheio de revelações, lembranças e muito amor pela música. Assista ao programa completo com Tiquequê:

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