'Minha vó gosta de Ja Rule': Mainstreet Festival une gerações do rap no Rio
Juliana Gonçalves
Colaboração para Toca, no Rio
25/11/2024 11h50
No domingo (24) a Praça da Apoteose recebeu o segundo dia do Mainstreet Festival. O grande nome da noite era Ja Rule, que se apresentou no mesmo palco que Budah, Major RD, Cone Crew Diretoria, Borges, Maneirinho, Chefin, Djonga e o anfitrião do evento, Orochi, que subiu ao palco nos dois dias.
O que acontececeu
A nostalgia dos anos 2000 tomou conta da apoteose com a presença do rapper norte-americano, que estourou no começo daquela década. O casal Washington Caíque, 27, e Alana Moreira, 29, foi ao festival para ver Ja Rule.
O meu primeiro show da vida foi Ja Rule na Rocinha [em 2008], com minha mãe e minha tia. Estar aqui hoje é resgatar uma memória afetiva. Alana Moreira
O arquiteto Gerson Moreira, 46, também aguardava pelo norte-americano, mas um pouco desconfortável com o restante do line do dia. "Eu sou velha guarda e Ja Rule é das antigas. O trap eu não curto muito. Ainda estou me adaptando. Acho que faltaram outros nomes para agradar a galera mais velha", explicou.
Já para as amigas Giovanna Souza, 17, Ágata das Neves, 17, e Kathleen, 16, o que faltou mesmo foi funk. "Minha avó gosta de Ja Rule, então eu conheço. Mas eu vim pelo evento como um todo. Só tá faltando funk entre um show e outro", explicou Ágata. Ela ganhou o apoio de Giovanna: "Eu escuto trap direto. Tá na veia. Mas se tivesse rolando funk agora tava todo mundo soltinho igual arroz. Os dois andam lado a lado. Têm a mesma origem".
Os shows do 2º dia
Como um maestro, Ja Rule comandou o público, dos mais novos aos mais velhos, com uma sequência de hits. Durante a música "I Cry", fotos de nomes da música que já partiram foram projetadas no telão e, entre Michael Jackson e Prince, estavam Sabotage, Chorão, Mc Kevin e Catra. O show celebra os 25 anos de carreira de Ja Rule.
O segundo dia de festival também foi marcado pela potência das mulheres no palco. Quem abriu as apresentações no palco principal foi Budah e, na sequência, diretamente de Cabo Verbe, foi a vez de Soraia Ramos — pela primeira vez no Rio de Janeiro. Já no Palco Assault, B-train e Slipmani representaram as vozes femininas do rap.
Major RD apresentou seu já conhecido show enérgico regado a rock, trap e rap; Xamã, que curtia na plateia ao lado de Sophie Charlotte, subiu ao palco para cantar ao lado do amigo de longa data. Major e os fãs ainda tomaram um susto durante a apresentação. O rapper foi atingido pelo fogo de um dos canhões responsáveis pelo efeito visual do show. Ficou tudo bem.
O anfitrião Orochi subiu ao palco pela segunda vez no Mainstreet Festival. No primeiro dia, o rapper apresentou seu show completo; neste domingo fez participação no show de PL Quest.
O show também contou com a participação de Leviano, que era atração do palco Assault. Com os nomes da Mainstreet no palco, o show virou festa da firma. Mesmo clima do show de Borges que aconteceu mais cedo.
Maneirinho, Chefin e Djonga encararam a missão de se apresentarem após a atração internacional da noite, mas nem por isso encontraram um público desanimado. Os fãs que resistiram ao avançar da hora em um domingo mantiveram a energia alta deixada por Ja Rule.
Com trap e funk de favela, Maneirinho desceu do palco e foi para o público. O mesmo fez Djonga ao entrar na roda com a galera em Olho de Tigre, encerrando a segunda edição do Mainstreet Festival.
Neste ano, o evento dobrou de tamanho e busca se consolidar como um dos maiores eventos de hip hop do Rio de Janeiro. Após sua apresentação, Oruam afirmou que no ano que vem a atração internacional seria Justin Bieber. Já Chefin apostou em Central Cee. Mas, de acordo com a produção, ainda não há edição confirmada em 2025.