Chico Chico revela como foi feat com a mãe, Cássia Eller: 'Nunca imaginei'
Quando Cássia Eller morreu precocemente aos 39, em 2001, Chico Chico tinha apenas oito anos e não sabia que seguiria os passos da mãe. Hoje, aos 31, ele diz que encontrou a própria sonoridade e só tem um plano: cantar Brasil afora.
"ELES"
Com 15 anos de carreira na música, Chico acaba de lançar uma parceria inédita com a mãe. Ele regravou "Eles", presente no disco "O Marginal" (1992), de Cássia Eller, uma ideia do produtor Rodrigo Garcia, amigo, músico e produtor da cantora em vários projetos.
É emocionante. Eu sou um cara chato, nunca imaginei que gravaria uma música da minha mãe, mas essa, com esse enredo, ficou muito legal, me convenceu e eu adorei ter participado no final das contas. Chico Chico
Garcia, que também produziu o primeiro disco de Chico, lançado em 2015, foi quem teve a ideia de convidar as cantoras Zélia Duncan e Juliana Linhares para completar o quarteto. "Adorei a ideia. Adoro Zélia, amo Juliana! A música é uma parceria do meu pai, Tavinho Fialho, da minha mãe e do Luiz Pinheiro. Uma parceria legal, adorei participar", diz Chico.
Apesar do privilégio de ser filho de Cássia Eller, Chico também enfrenta comparações, cobranças e lembranças saudosas dos fãs. "Não tem como fugir disso", afirma ele, que diz naõ ser "o cara mais resolvido" em relação a isso e acrescenta brincando que há muita terapia para fazer.
"Claro, eu já lidei de uma forma pior, fui uma pessoa mais chata, de não entender...", explica o músico. "Hoje em dia, você vai fazendo seu trabalho, vai ficando mais seguro de si, as coisas vão acontecendo e você vai entendendo. Já foi mais chata [essa questão], mas hoje é só emoção boa."
Toda homenagem para minha mãe é valida. Espero que ela seja lembrada por muitos e muitos anos. Por tudo, nem só pela música. Mas já fui um cara que não sabia lidar direito com isso, mas fiz tudo o que estava ao meu alcance para marcar minha própria música, do jeito que eu quero. No final das contas, é tudo muito emocionante. Chico Chico
Chico Chico acústico
Chico se apresenta em São Paulo neste final de semana com shows intimistas. A apresentação é calçada no último lançamento do artista, o eclético álbum "Estopim", mas também traz sucessos da carreira. "A gente muda tanto os shows, nem eu sei o que esperar, mas vai ser legal. Estamos fazendo uma formação mais reduzida agora, com Pedro Fonseca no piano e eu na voz e violão."
Muito do que se ouve no trabalho de Chico é fruto da educação musical na infância, além do que ele escuta hoje. "Estopim", por exemplo, é um álbum que mescla a dualidade entre urbano e rural, bebendo de influências que vão do bumba meu boi maranhense, em "Toada", ao pagodão baiano, em "Acorda, Zé", afirma
No colégio onde eu estudava, fazíamos o boi em junho. Desde criança, tenho conexão com a música e esse ritmo específico. Tinha muito contato com ritmos brasileiros. Foi muito importante para mim ter esse conhecimento, esse contato com os vários ritmos do Brasil. Carrego comigo, me marca muito. Chico Chico
Carioca, Chico diz gostar de tudo o que é importante para compor. "É bom não ter muita amarra, apesar de todo mundo ter seus grilos, quanto mais conseguimos expandir esse leque, vai ficando mais fácil de fazer a música que queremos fazer... O boi, por exemplo, se encaixa numa coisa que eu tenho um grande prazer, admiração, respeito, eu amo."
O som diverso de "Estopim" é o que Chico quer para os seus trabalhos, mas não é consciente. "Eu não paro e penso: 'Vou fazer um disco cheio de ritmos brasileiros'. A seleção de músicas não é pelo ritmo, é pelo que eu gosto... E gosto muito de som. Essa coisa eclética naturalmente sai no meu trabalho. Não é necessariamente consciente, mas é algo que tenho noção. Me agrada a pluralidade."
Meus discos são bem ecléticos e trazem ritmos brasileiros... 'Estopim' é o retrato do momento em que ele foi produzido. É o que eu queria fazer: essa coisa meio confusa, meio disforme e que, por isso, talvez ganha forma. Chico Chico
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