Em 2025, João Gomes quer mais do que 'lançar CD com uma capa qualquer'

O ano de 2024 para João Gomes foi revelador. "Me dediquei 100% à minha vida paterna, mas também foi o ano que me fez enxergar a música de uma forma melhor", ele diz.

Se o ano passado começou com o nascimento do primogênito Jorge, os outros meses renderam ainda mais surpresas sob os holofotes. Aos 22 anos, João conquistou a segunda indicação ao Grammy Latino, subiu ao palco para homenagear Caetano Veloso e lançou parceria com Gilberto Gil, na regravação de "Palco".

Nas últimas semanas de dezembro, conheceu pessoalmente Marisa Monte, que o convidou para ser uma das atrações do Festival Navegante, que aconteceu entre os dias 12 e 15 de dezembro, a bordo de um cruzeiro.

Ele mantém o sorriso aberto ao lembrar de todos os grandes feitos - mas gosta de salientar um em especial, no topo da sua cabeça: um chapéu de couro feito por Irineu Barbosa, neto do Zé do Mestre, o homem que fazia os chapéus de Luiz Gonzaga. Prova concreta, para ele, dos presentes que a música brasileira tem lhe dado.

"A gente fica olhando o nosso trabalho e a estética do trabalho de uma forma muito mais carinhosa", observa, sobre os planos para 2025. "O que é que eu posso fazer diferente no próximo trabalho além de lançar um CD com uma capa qualquer?"

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Imagem: biah_art/Divulgação

Uma das novidades foi lançada em dezembro e já é um hit. "Vira Lata" veio de um camping de compositores - e João logo pensou na Pabllo Vittar. "Essa música é massa, tem um tempero diferente, e logo pensei: 'Será que a Pabllo topa cantar?' Ela estava cantando muitas músicas de forró no 'Batidão Tropical'."

A música agitou o show no cruzeiro, que ainda contou com surpresas no repertório. Pensando na capitã do navio, João preparou versões para "Guerreiro Menino", de Fagner, "Esquadros", de Adriana Calcanhotto, e para o clássico da bossa nova, "Chega de Saudade", de Antônio Carlos Jobim, imortalizado na voz de João Gilberto.

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Essa mudança no repertório do seu show tem influência também de sua participação em dezenas de festivais de música brasileira nos últimos meses.

"Sempre fico nervoso, sem saber como é que a galera vai me receber, só que a gente desenrola, de algum jeito ou de outro. A turma fica toda entregue, é uma galera nova, jovem, ou pelo menos de espírito jovem,que ouve a música, presta atenção, grita quando o cara está tocando o solo. Eles vêem valor nos músicos."

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