Brasil bate recorde, e indústria musical global cresce pelo 10º ano seguido


Gustavo Brigatti
Colaboração para Toca, em São Paulo
19/03/2025 14h53
Puxada pelo streaming e com declínio dos formatos físicos, a indústria musical fechou 2024 com quase US$ 30 bilhões faturados em todo o mundo. É o que mostra o relatório IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), divulgado nesta quarta-feira (13). O Brasil aparece em 9º lugar como o mercado mais lucrativo no mundo.
O que foi anunciado
O resultado fecha um ciclo de crescimento ininterrupto desde 2014, quando a indústria fonográfica atingiu o ponto mais baixo de receita da sua história —menos de US$ 13 bilhões faturados em todo o mundo. Foi também o momento de virada do consumo de música, com o aumento progressivo do streaming e diminuição das vendas de formato físico.
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Brasil também cresceu. A indústria musical nacional registrou um faturamento total de R$ 3,486 bilhões, um crescimento de 21,7% em 2024 em relação ao ano anterior. Foi a primeira vez que o país registrou arrecadação maior que R$ 3 bilhões.
Streaming domina o mundo. Em 2024, as receitas de streaming no mundo ultrapassaram US$ 20 bilhões pela primeira vez e representaram 69,0% do total das receitas da música gravada. Para contexto, US$ 20 bilhões foi um valor maior do que toda a receita da indústria da música gravada em cada ano entre 2003 e 2020. No Brasil, o modelo representou 99,2% do total das vendas físicas e digitais e por 87,6% das receitas totais do setor.
Crescimento do streaming pago. A receita de streaming por assinatura paga aumentou 9,5% em 2024, enquanto os formatos de streaming com suporte de anúncios cresceram de forma mais modesta, em 1,2%. Por aqui, as assinaturas dos serviços somaram R$ 2,077 bilhões, representando um salto de 26,9% no período. Já as receitas geradas por streaming remunerado por publicidade cresceram 8,3%, chegando a R$ 479 milhões.
Declínio dos formatos físicos. Os formatos físicos tiveram um ano mais desafiador, com uma queda de 3,1% na receita. No entanto, isso ocorreu após um forte desempenho em 2023, quando as receitas dispararam 14,5%. As receitas com vinil continuaram a crescer em 2024, com um aumento de 4,6%, marcando o 18º ano consecutivo de crescimento. Os long-plays também cresceram no Brasil, movimentando R$ 16 milhões —crescendo 45,6% na comparação com o ano anterior.
Quem sabe faz ao vivo. As receitas de direitos de execução pública alcançaram, no mundo, US$ 2,9 bilhões em 2024, crescendo 5,9%, registrando o quarto ano consecutivo de crescimento. No Brasil, segundo a Pró-Música (entidade que representa as principais gravadoras e produtoras fonográficas do Brasil), foram R$ 386 milhões faturados em arrecadação de direitos conexos de execução pública, um aumento de 14,9% em relação a 2023.