Para diretor, Lollapalooza 'é um festival caro para a realidade brasileira'


Colaboração para Toca, em São Paulo
25/03/2025 05h30Atualizada em 25/03/2025 12h32
Chegando na 12ª edição no próximo fim de semana (dias 28, 29 e 30 de março) estabelecido como um dos maiores festivais de música do país, o Lollapalooza é conhecido por trazer grandes artistas internacionais que geralmente nunca tocaram no Brasil ou estão há um bom tempo sem vir para cá. Com o mundo dolarizado, tudo isso tem um alto preço.
Custo dos ingressos
Para Marcelo Beraldo, diretor do festival no Brasil, não é possível comparar o Lolla com um festival que recebe 15 mil pessoas de público: "A escala é totalmente diferente, a gente tem que fazer uma comunicação diferente. O Lolla a gente caracteriza como um festival grande, multi-gênero e internacional, porque são bandas internacionais, tem bandas brasileiras, mas é mais ou menos meio a meio", afirma em entrevista ao editor do TOCA, Fabrício Nobre (assista ao vídeo abaixo).
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Marcelo é responsável pelo Lollapalooza na América do Sul: "Não é que eu sou o guardião da marca, acho que seria demais falar isso. Mas eu faço a interface entre gringos e os parceiros locais. Então assim tudo ou quase tudo, a gente tem que aprovar, por exemplo, as ativações, o patrocinador, como é que vai ser, como é que não vai ser, acho que tem um pouco da preocupação de tentar manter ao máximo o festival focado na essência dele, que é música".
"A gente tenta preservar o DNA e a linguagem que ele tem com o Lolla lá fora", afirma Marcelo Beraldo. O Lolla já está em oito cidades: Chicago (EUA), São Paulo (Brasil), Santiago (Chile), Buenos Aires (Argentina), Paris (França), Estocolmo (Suécia), Berlim (Alemanha) e Mumbai (Índia).
Em cada mercado, em cada cidade, ele atua como parceiro local, para fazer a produção, para entrar com com a experiência que tem do mercado. Em cada lugar tem uma empresa parceira. Aqui no Brasil, a parceira é a Rock World, que é a empresa mais conhecida por fazer o Rock in Rio e o The Town. Marcelo Beraldo, diretor de festival da C3 na América do Sul, responsável pelo Lollapalooza Brasil
Perguntado sobre três atrações internacionais que recomendaria, Marcelo respondeu baseado no gosto pessoal. Ele diz gostar muito do Tool e do Michael Kiwanuka: "Esse [último] foi um esforço meu [trazer aqui]. Eu falei 'cara, a gente precisa ter esse cara aqui'. Não necessariamente é um cara que a gente sabe que atrairá grandes multidões e tal, mas eu amo o show do cara".
Sobre o festival ser no final de março, quando costuma chover, Marcelo garante que o local e equipe estão preparados: "A gente não faz em março porque a gente escolhe, tem toda uma agenda global e de festivais, de rota, dos artistas, porque o segundo semestre é um pouco mais complicado, aí logo depois do Lolla tem um festival no México (...), o Coachella nos EUA, e no segundo semestre aqui a Fórmula 1".
O autódromo está em uma região que tem microclima, ou seja, a qualquer momento, principalmente, final de verão, pode vir uma tempestade rápida que também acaba rápido. (...) Mas chuva não é a nossa grande preocupação, a preocupação maior de qualquer evento grande é raio e ventos fortes. Tem todo um protocolo aqui de coisas a serem serem feitas. Estamos preparados para isso. Marcelo Beraldo, diretor de festival da C3 na América do Sul, responsável pelo Lollapalooza Brasil