Atração do Lollapalooza, Artemas gosta do 'pop que deixa pessoas confusas'
Ele começou a fazer música por causa do Nirvana, gosta de r&b e é fã do som dos anos 1980. É uma mistura meio estranha, mas que faz todo o sentido quando a gente ouve os hits do Artemas, um inglês de 25 anos descendente de gregos que é uma das atrações mais esperadas do Lollapalooza Brasil. O festival itinerante será realizado no autódromo de Interlagos, em São Paulo, neste final de semana. Artemas se apresentará às 16h55 de sábado, no palco Mike's Ice.
Quem é ele
Artemas não levou muito tempo para conquistar a chance de tocar em um dos maiores festivais do mundo. No final de 2023, ele era um completo desconhecido. Foi quando lançou a faixa "If U Think I'm Pretty", que fez certo barulho, principalmente em redes como o Tik Tok.
A música já mostrava ao mundo quem era Artemas: um cantor que juntava a atmosfera do r&b com beats dançantes e uma energia roqueira. E letras lascivas: "Se você acha que sou bonito, coloque as suas mãos em mim/ Sei que você não consegue parar de pensar nisso".
Poucos meses depois, veio seu principal hit até hoje: "I Like the Way You Kiss Me". A música chegou às paradas do mundo todo, do Brasil à Austrália.
Ele já lançou dois discos, e neste ano deve vir o terceiro. Algumas músicas, como "Test Drive" e "Southbound", chegaram às plataformas há poucos dias.

O que ele disse
Em entrevista, Artemas fala sobre como começou na música, sua paixão pelo pop e como as redes sociais ajudam os músicos. Leia a seguir:
Pode falar sobre como deve ser o show aqui no Brasil?
Artemas - Vou tocar cinco ou seis músicas novas. Estive excursionando por quase todo o ano passado, foi a minha primeira grande turnê, então só agora tive a chance de ter um tempo de folga.
Esse descanso foi bom, porque entro nessa nova fase de um jeito mais experiente, mais profissional. Não quero adiantar como será o show, mas posso dizer que ele está incrível
Você lançou duas músicas recentemente, "Test Drive" e "Southbound". De onde veio a ideia tanto das letras como da produção musical?
Artemas - "Southbound" foi uma das últimas músicas que fiz dessa nova leva de canções. A gente até já tinha terminado as gravações, mas tínhamos mais dois dias em Los Angeles. Estávamos meio que brincando com uns sons e aí chegamos a essa música.
Acho que demorou só uns 20 minutos para escrever a letra. Muitas das minhas músicas têm uma atmosfera que lembra os anos 1980, mas acho que essa tem uma vibe mais anos 90.
Já "Test Drive" é uma música que tem mais a cara do que sempre fiz. Bem dançante. Também estou muito feliz com ela.
Isso significa que você está se preparando para lançar algum disco neste ano?
Artemas - No ano passado, lancei umas 27 faixas. Faço música o tempo todo, não gosto de guardar canções para o futuro. Neste ponto da minha carreira, não gosto de ficar pensando muito à frente, então com certeza irei lançar mais um disco nos próximos dois ou três meses. Não posso dizer ainda o que farei depois disso.
Gosto de sempre estar compondo e lançando. "Southbound" foi composta umas quatro semanas atrás e hoje todo mundo já pode ouvi-la. Os próprios fãs ficam ansiosos por músicas novas, se não lanço eles vêm me questionar o porquê. Artemas

Tem algum artista ou banda que seja uma inspiração musical para você?
Artemas - A única razão pela qual eu decidi pegar uma guitarra e comecei a compor música foi porque assisti a um documentário do Nirvana ("Kurt Cobain: Montage of Heck") quando tinha uns 16 anos.
Eles são a minha banda preferida de todos os tempos. Mas sou parte de uma geração que tem à disposição toda a história da música. Eu tinha uns 11 anos quando o Spotify apareceu. Desde então venho ouvindo um pouco de tudo.
Sei que posso pegar influências dos anos 1990 ou dos anos 1980 ou de agora e fazer uma música. E não estarei fazendo uma música que soa como os anos 1980 ou como os anos 1090, vou fazer algo de agora, que tem a ver comigo. Artemas
Bem, dentro da música eu gosto de muitas coisas. Gosto de vocais em falsete, gosto de r&b, gosto de uns vocais tipo o do Robert Smith (da banda The Cure). Em "Southbound", acho que estou fazendo algo que lembra o Anthony Kiedis (vocalista do Red Hot Chili Peppers). E eles eram das minhas bandas preferidas quando adolescente.
Você concorda quando dizem que as suas músicas são um "pop alternativo"?
Artemas - Sim, muitos dos meus artistas preferidos fazem música que não é completamente mainstream, eles se desviam um pouco disso, mas, ao mesmo tempo, é uma música cativante, que atrai bastante gente, com melodia pop. É o que adoro.
Gosto de pop que deixa as pessoas confusas. Artemas
Você ficou surpreso com o sucesso estrondoso de "I Like the Way You Kiss Me?
Artemas - Muito. Ainda não consigo acreditar no tamanho do sucesso dessa música. Não sei bem o porquê, mas aconteceu. Lembro que, quando gravei essa canção, saí do estúdio e entrei no carro de um amigo que tinha ótimos alto-falantes. Colocamos essa música bem alto e, na hora, senti a energia. Mas não dá para prever quando uma faixa vai realmente fazer sucesso.
Muitas das suas músicas têm letras que pendem para algo como um flerte sexual. De onde vem esse seu lado?
Artemas - Na verdade, não sei. É uma boa pergunta para o meu terapeuta, embora eu ainda não tenha um, hahaha. Não gosto de escrever sobre coisas mais para baixo, gosto de falar sobre sentimentos, sobre o amor.
Você usa redes sociais? Acha que elas podem mais contribuir ou prejudicar a carreira de um músico?
Artemas - As redes ajudaram a indústria da música a ficar muito melhor para os artistas. No passado, você dependia de assinar contrato com uma gravadora e não tinha muitos meios para conseguir um bom negócio. Hoje você pode fazer com que uma música estoure nas redes sociais e aí tem a chance de conseguir um contrato justo com uma gravadora. Nesse sentido, é bom.
Mas, claro, muita gente não consegue fazer com que suas músicas virem hit no TikTok ou em outra plataforma, mas acho que, se você fizer uma música que seja realmente boa, provavelmente conseguirá chegar a um bom número de pessoas nas redes e fazer com que a faixa ganhe tração.
Lollapalooza Brasil 2025
Quando: de sexta (28) a domingo (30), a partir do meio-dia
Onde: Autódromo de Interlagos, São Paulo
Quanto: a partir de R$ 510
Classificação: 15 anos; menores entre 5 e 14 anos, somente acompanhados dos pais ou de responsável legal
Ingressos à venda pelo site da Ticketmaster.
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