Pop rock de Olivia Rodrigo vence lama em dia de ídolos teen no Lollapalooza


Grande estrela da noite, Olivia Rodrigo já atraía uma multidão em frente ao Palco Budweiser uma hora antes de subir ao palco. O espaço já estava intransitável. Faltando 10 minutos, não havia mais lugar nos gramados ao redor, e a multidão se estendia até onde a vista alcançava. Tudo isso para ver a diva teen estrear no Lollapalooza Brasil.
Como foi o show
Às 22h14, um mar de chapéus de cowboy cobertos de lantejoulas vibrou com a entrada de Olivia. Vestindo um vestido transparente, ela chegou com atitude de rockstar, abrindo o show com "Obsessed", seguida de "Ballad of a Homeschooled Girl". O espetáculo roqueiro estava montado e se sustentaria por quase duas horas.
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Desfilando hits de seus dois álbuns, Sour e Guts, Olivia fez o Lolla cantar, dançar e até abrir rodas punks de adolescentes. Sua banda, composta apenas por mulheres, foi um show à parte, segurando as pontas enquanto a frontwoman batia cabelo e chutava alto.
Emendando uma música na outra, Olivia só interrompeu para elogiar o público e puxar coros. Seu espetáculo de rock não parou, passando por "Vampire", "Driver's License" e "Bad Idea Right?", e encerrando com "Get Him Back" e suas guitarras estridentes.
Como foi o 1º dia de Lolla
O dia começou com um clima agradável e a tradicional mensagem política do festival. A banda Dead Fish abriu os trabalhos pedindo a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, declarado réu pelo STF nesta semana.
Mas o clima mudou rapidamente: uma chuva pesada caiu no Autódromo de Interlagos, interrompendo os shows de MC Kako e da banda Jovem Dionísio —que não chegou a tocar seu grande sucesso, "Acorda Pedrinho". Os artistas deixaram o palco sem encerrar o show devido ao risco de raios na região. A paralisação atrasou toda a programação do festival e fez surgir vários focos de lama, um velho conhecido de quem frequenta o evento em outras edições.
Assim, o show de Jão começou com quase uma hora de atraso. O cantor subiu ao palco já com a ladeira do Palco Samsung Galaxy abarrotada de fãs que cantaram suas músicas a plenos pulmões.
O show intimista do brasileiro deu o tom de um dia dedicado ao pop com aspirações roqueiras, com apresentações de Girl in Red e Nessa Barrett —esta última trazendo um clima mais letárgico, à la Lana Del Rey.
A performance da dupla Empire of the Sun também hipnotizou a plateia, especialmente com os sucessos "We Are The People" e "Walking on a Dream", agradando tanto os jovens fãs de pop quanto o público em geral.
Perdidos no meio da programação, duas atrações não fizeram concessões ao dia. JPEGMafia trouxe rimas afiadas com seu rap experimental, enquanto os americanos do White Denim improvisaram uma jam session, despreocupados em agradar o público mais reduzido.
Com uma programação extensa e tradicionalmente heterogênea, esse continua sendo um dos trunfos do festival: novos sons e artistas espalhados pelos quatro palcos, sempre com um som alto e nítido. Foi o caso da banda Pluma, uma das revelações do indie dançante brasileiro, que agradeceu o espaço dado às bandas alternativas.