Shorts bad boy de volta à moda?

Estilista carioca recria peças tendência dos anos 2000 para valorizar a estética das favelas do Rio de Janeiro

Por Júlia Flores

Shorts com a figura do Bad Boy, chinelo Rider, óculos "juliet": quem viveu a infância e a adolescência nos anos 2000 sabe do que estamos falando. A estética das periferias cariocas dominou a o imaginário brasileiro na virada do milênio
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Recentemente, essa estética voltou à tona graças a um vídeo que viralizou nas redes sociais. Nas imagens, a dançarina Aline Maia (à direita do vídeo) recria o visual "Rio de Janeiro dos anos 2000" enquanto rebola ao som do funk "Montagem Guerreira" de Tati Quebra Barraco
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Fui gravar a coreografia de um funk 'das antigas' e quando fiz as pesquisas de figurino, encontrei o trabalho do Abacaxi. Meu intuito com a roupa era resgastar memórias afetivas. Esse shorts é inesquecível, fez parte da vida de muitos cariocas

Aline Maia, dançarina
Reprodução
Abacaxi é o criador da marca Piña. Para celebrar com nostalgia a cultura carioca da década de 2000, ele recria peças que foram hit naquela época e dá um toque de modernidade a elas com recortes cut-out, amarrações diferentes e transparência
Arquivo pessoal
"Desde criança ouvia a história dos meus pais e pensava: queria ter nascido em outra época", diz o estilista de 21 anos à Universa. Foi com vontade de se teletransportar no tempo que Abacaxi -- nascido e criado na comunidade da Vila Kenner, no RJ -- apostou no que ele chama de roupas com "estética di cria Y2K"
Arquivo pessoal

A minha estética di cria é inspirada na estética dos anos 2000, então faço de tudo para trazer para as minhas roupas o que foi vivido naquela época

Abacaxi
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Além do shorts da Bad Boy (segundo Abacaxi, a marca original concedeu os direitos para reprodução do logo), a Piña também tem bíquinis, vestidos, croppeds e blusas que resgatam essas memórias
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Apostando na diversidade, a Piña tem embaixadores transgêneros e faz campanhas editoriais que retratam a favela carioca, em cenários como o baile funk
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O shorts "moderninho" da Bad Boy pode ser comprado no site da Piña, por R$ 99. No Instagram, a loja já tem mais de 15 mil seguidores. O próximo desafio de Abacaxi? "Quero fazer a juventude de hoje entender como a época dos nossos pais era legal"
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Publicado em 05 de fevereiro de 2022.
Reportagem: Júlia Flores; Edição: Carol Sganzerla.

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