É urgente acelerar o relógio para garantir a equidade de gênero
De acordo com o relógio do Fórum Econômico Mundial, que mede o ritmo do progresso da igualdade de gênero no mundo, serão necessários 131 anos para atingir a paridade entre meninas e meninos. É o equivalente a dizer que as desigualdades apenas seriam eliminadas em 2154. Não há dúvida de que precisamos agir para acelerar esse relógio. Afinal, olhar para as meninas hoje é melhorar o presente e o futuro de toda a sociedade.
Um dos caminhos mais efetivos para alcançar este objetivo é fortalecer a participação de meninas e mulheres na vida política e em posições de liderança. Para quebrar o ciclo de discriminação e violência, é necessário que elas sejam ouvidas e respeitadas nas discussões da sociedade civil, além de garantir a sua participação ativa nas decisões que as afetam.
O PL 1243/2019, agora Lei nº 17.788/2023, mostra que as meninas podem e devem participar da política. A ideia, a escrita, o protocolo e a apresentação deste projeto na Assembleia Legislativa de São Paulo foram protagonizadas por um grupo de meninas da Plan International Brasil, com auxílio do meu mandato. Sancionada pelo governador esta semana, a lei insere no calendário oficial estadual o dia 11 de outubro como Dia da Menina.
Inspirada no Dia Internacional da Menina, instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas) e celebrada desde 2012, a data é um chamado para o envolvimento das meninas e jovens mulheres em todas as áreas da vida pública. Mas o que isso significa? Fornecer os espaços e recursos necessários para permitir que grupos liderados por meninas e jovens se envolvam no diálogo público, além de elaborar e implementar leis e políticas para garantir que elas possam se manifestar sem medo de ameaças, assédio ou violência.
A pesquisa 'Por Ser Menina no Brasil', lançada pela Plan no ano em que protocolamos o projeto, traz dados alarmantes sobre desigualdade de gênero na infância e juventude. 72,2% delas conhecem alguma menina que já sofreu violência, 37,7% acham que meninos e meninas na prática não tem os mesmos direitos e 70% desconhecem os instrumentos que garantem seus direitos. Números como esses nunca deixarão de me impressionar e, principalmente, me motivar a agir.
Não podemos normalizar a gritante desigualdade de gênero que ocupa todas as camadas da sociedade. Como mulher, mãe e deputada, continuarei a trabalhar pelos direitos das meninas em todos os meses do ano. A minha luta é para que, um dia, mais meninas estejam na política, nas lideranças de empresas e onde mais elas quiserem.
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