Transar com crush sem beijar exige novas formas de começar o sexo
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"Tenho um ficante, mas não é um parceiro fixo, e estamos sem nos ver faz tempo. Queremos matar as saudades, teria algum risco, mesmo tomando todos os cuidados?"
Sim, tem risco. Conheço pessoas que contraíram a doença dentro de casa, no convívio com os familiares, que também estavam dentro de casa. Sabe Deus se foi uma descidinha para pegar o delivery ou uma encostada no botão do elevador, o fato é que risco tem. Mas eu sei que, para solteiros, a situação pode estar crítica. Sorte de quem tem parceria regular, não é mesmo?
Mas esse não é o seu caso, então vamos dar atenção ao seu dilema.
Primeiro você deve fazer as reflexões necessárias sobre suas próprias vulnerabilidades: saúde (comorbidades para a Covid-19), grana, emprego, assistência hospitalar, convívio familiar (contato com grupos de risco), estabilidade emocional (aguenta o tranco, caso dê ruim?). Se você decidir que vale o risco, deve agora pensar outro ponto.
Pessoas mentem, sobretudo quando estão focadas em conseguir o que querem. "Fake news" é um velho fenômeno conhecido nosso: o autoengano serve desde sempre como mecanismo de defesa para não ter que lidar com as frustrações da vida ou se responsabilizar pelos seus erros. Também serve para distrair as pessoas, manipulá-las.
Então, faça o seu trabalho de investigação: converse com ele sobre as práticas de distanciamento, de higiene e de sintomas. Dê uma olhada na rede social e tente sentir se andou participando de festas: a nova métrica da promiscuidade não tem gênero nem orientação sexual, mas postura política diante da crise.
Eu sei que é só um crush e que você pode só estar pensando em tirar o atraso, mas agora, os critérios para essa decisão também são outros. Então, se ele não está preocupado com o coronavírus, que já matou quase 90 mil pessoas só no Brasil, não crie mais uma fake news para si mesma. Tá aí, na sua cara.
Você acha que vale arriscar a saúde e o crush passou pela seleção? Então veja como tornar esse encontro ser menos arriscado:
Que ele tire a roupa logo de cara ao chegar na sua casa. Eu sei que isso pode parecer uma ótima ideia, desde que você more sozinha, óbvio. E vocês até podem explorar essa imagem antes, para estimular o encontro. Em seguida, chuveiro -e sozinho. Peça para ele trazer uma troca limpa de roupa, mesmo que vocês estejam pensando em ficar nus. Vai que faz frio. Eu não sei se esse ritual logístico vai te dar tesão, mas daí vocês que sejam criativos.
Os riscos aumentam muito com o beijo, já que o vírus é transmitido pela saliva. Até pouco tempo, a relação sexual era o momento de maior risco de transmissão de IST (infecções sexualmente transmissíveis). Mas no caso do coronavírus, o coito parece não ser a veículo de transmissão, mas a atividade sexual em si é, porque você estará perto da pessoa e essa proximidade te coloca em contato com as gotículas respiratórias dela.
Sendo assim, nada de beijo. E mantenha a máscara. Não resolve tudo, mas pode minimizar o risco. Isso implica em ter que começar o sexo de outra maneira que não a habitual. Quem sabe inventar uma fantasia? Vocês podem fingir que trabalham em um laboratório, ou que são astronautas, cirurgiões, ou que você é a "Jeannie é um gênio" e ele o Major Nelson (uma série do século passado). Talvez vocês possam fazer um strip-tease sensual, sem tirar a máscara. Momento de estimular a criatividade.
Não esqueça de fazer sexo em uma área ventilada, de janela aberta e quem sabe ventilador ligado, e de adotar posições nas quais vocês não estejam se encarando - um na linha respiratória do outro. Não fale alto e não grite, pois as gotículas saem mais facilmente desse jeito (e a janela estará aberta, lembra?).
Banho sozinha, roupa limpa, nova máscara. Você acha que dá conta de se manter fiel a esse processo todo? Não é à toa que muitas pessoas resolveram se juntar na quarentena e outras abandonaram o sexo de vez. Em alta mesmo, no momento, só a masturbação, o sexo virtual e o sexo entre os casados. Quem diria!
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