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Estudo sugere que medicação para ereção pode reduzir risco de Alzheimer
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Será que o @Viagra vai de novo fazer história? Um estudo publicado na Nature Aging sugere que o citrato de sildenafila, princípio ativo da medicação para favorecer a ereção por aumentar a irrigação sanguínea no pênis, foi associado positivamente a um risco reduzido em 69% de doença de Alzheimer. São e de pênis ereto: o melhor dos mundos para quem pretende envelhecer ativo.
Mas antes que você saia tomando a medicação, há que se reforçar que, o achado só é, por enquanto, uma sugestão, já que os resultados não foram obtidos de ensaios clínicos randomizados, mas baseados nas análises farmacoepidemiológicas retrospectivas de casos-controle de dados do seguro-saúde de mais de 7 milhões de pessoas nos EUA.
Trocando em miúdos: os pesquisadores analisaram as solicitações de seguro-saúde, identificando patologias como doença arterial coronariana, hipertensão e diabetes tipo 2, comorbidades que estão associadas ao risco de desenvolver Alzheimer, e fizeram correlações com mais de 1600 medicamentos, sendo que o uso do Sildenafil apresentou grande potencial no combate aos endofenótipos que apresentam fatores genéticos para Alzheimer.
Que o sildenafil foi um marco revolucionário no tratamento de disfunção erétil, não há dúvida nenhuma. Antes de ele inaugurar a modalidade comprimido, bombas a vácuo, injeções intracavernosas aplicadas no pênis, anéis penianos e próteses eram as únicas formas de tratamento, sendo que muitas delas tinham pouca indicação para casos de disfunção erétil psicogênica —aquela que acontece motivada por questões emocionais—, ainda mais em homens jovens.
Desde que passou a ser comercializado, no final do século XX, o consumo de medicamentos pró-sexuais, como o Sildenafil, Tadalafila, Vardenafila só aumentou. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) estima que cerca de um terço dos brasileiros de 35 anos ou mais (29%) toma estimulantes sexuais.
No entanto, deve-se reforçar que muitos homens jovens o utilizam como "muleta", para garantir ereção e desempenho sexual, condicionando o ato sexual à ingestão do remédio, até o momento que perdem a capacidade de percepção sobre a resposta espontânea de seu pênis quando não estão sob efeito dele.
Então, certo dia se perguntam: "será que eu consigo ter ereção na relação sexual, sem a medicação?" —mas muitos não se arriscam a descobrir. A medicação pró-sexual também é usada no fenômeno chamado chemsex quando ingerido com álcool e algumas drogas que estimulam as sensações, mas desfavorecem a ereção, uma combinação com forte potencial para dar errado. A fissura pela potência fálica é tanta que alguns homens tomam ¼ de Sildenafil para exibir um pênis "meia-bomba" o tempo todo, impressionando de sunga na praia.
Enfim, para quem curte a penetração, as vantagens dos medicamentos são inegáveis, embora principalmente mulheres, em relações heterossexuais, torçam o nariz quando descobrem que seus parceiros estão sob efeito deles.
É o contraponto simbólico do pênis desejante diante da potência corporal da desejada, que deveria ser "suficiente" para lhe produzir uma ereção. Tudo tão equivocado, ainda mais quando as pessoas se distanciam tanto de suas sensações e do seu erotismo, influenciando-as quimicamente, ou reproduzindo performances amplamente divulgadas culturalmente, que qualquer percepção sobre um encontro sexual, principalmente quando é casual, tende a ser distorcida.
Nenhuma medicação deve ser ingerida sem prescrição médica, pois efeitos adversos —alguns graves— podem acontecer. Então, embora a notícia de que o Sildenafil possa ser útil para diminuir risco de doença de Alzheimer, devemos aguardar os estudos de causa e efeito para comemorar. Estou escrevendo este texto porque brasileiro adora se automedicar e se autopromover, dois componentes que influenciam fortemente no comportamento sexual, nem sempre com bons resultados na promoção de saúde sexual.
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