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Ana Canosa

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Onda, vulcão ou avalanche? Que tipo de orgasmo é o seu? Descubra

Colunista de Universa

16/08/2022 04h00

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Um novo estudo, publicado no The Journal of Sexual Medicine, avaliou o padrão de orgasmo em mulheres, através de um dispositivo de biofeedback - que capta informações da musculatura do assoalho pélvico - capacidade de contração e relaxamento - com a finalidade de permitir autoconhecimento e capacidade de autoregulação. Antigamente, as contrações do assoalho pélvico durante estímulo sexual eram detectadas usando eletrodos conectados à superfície da pele. Atualmente há outros aparelhos que podem ser inseridos também no canal vaginal.

Os pesquisadores usaram um dispositivo de autoestimulação que tem dois sensores capazes de coletar medições contínuas de pressão, temperatura, velocidade, que se conecta por bluetooth por um app de celular. Batizado de Lioness (leoa em tradução livre), o aparelho é um vibrador estilo rabbit - aquele que, além do 'corpo' para introdução, tem também um 'bracinho' que estimula o clitóris.

54 mulheres participaram do estudo, que consistiu na masturbação com o Lioness até o disparo do orgasmo, desligando o aparelho 2 minutos depois. O registro das mudanças nas contrações do assoalho pélvico que precederam o orgasmo foram analisados pelos pesquisadores, que identificaram 3 tipos de padrão: onda, vulcão e avalanche. 48% das mulheres da amostra tiveram orgasmo "onda", seguidos de 32% que os tiveram "avalanche" e 20% em formato 'vulcão'.

No tipo 'onda', como o próprio nome diz, há um ritmo crescente, mas que vem em ondas, gerando tensão e liberação do assoalho pélvico, culminando em uma pequena explosão de contrações. Já o orgasmo do tipo 'vulcão' ocorre após um aumento das tensões ascendentes do assoalho pélvico que aumentam drasticamente durante o clímax. A avalanche se caracteriza por contrações basais mais altas do assoalho pélvico mantidas durante a autoestimulação, mas descendentes durante e após o orgasmo.

Uma descoberta interessante foi que as mulheres apresentaram o mesmo padrão nas várias vezes que repetiram o procedimento, indicando que cada corpo tem sua tendência natural. Fica a dúvida se trabalhar a musculatura do assoalho pélvico através de exercícios de fortalecimento, mudaria ou não o estilo do orgasmo, ou se apenas o tornaria mais potente.
O estudo traz uma importante contribuição para a compreensão do fenômeno do orgasmo feminino, pois a partir dele é possível investigar como esses padrões são experimentados, os níveis de prazer percebidos pelas mulheres em cada estilo e de onde vem a estimulação que os induz.

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