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Ana Canosa

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Estudo diz que quem tem maior frequência sexual é mais resistente à covid

Getty Images
Imagem: Getty Images

Colunista de Universa

27/08/2022 04h00

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Será que se você estivesse fazendo mais sexo, teria sido mais resistente à Covid-19? Um estudo observacional constatou uma relação entre a presença da doença e o comportamento sexual das pessoas. A pesquisa conduzida por especialistas da Universidade de Bagdá, acompanhou por 4 meses a frequência sexual de 16 mil pessoas, de 33 países diferentes, além de monitorar a contaminação pela Covid-19.

O grupo foi dividido em 2, cada qual orientado a ter uma frequência sexual diferente. 76,6% dos participantes do grupo que mantinha ao menos 3 relações sexuais por mês não foram infectados pela doença, enquanto 40,4% do grupo que teve uma atividade sexual menor pegou Covid-19. É importante ressaltar que o estudo não investigou comorbidades e outras causas que favoreceriam a contaminação pelo vírus.

Segundo os pesquisadores: "Os resultados deste estudo sugerem um papel protetor para o sexo na infecção por Covid-19, independentemente da idade da pessoa ou do comportamento sexual. À medida que a atividade sexual aumenta, o estado de imunidade (do corpo) torna-se mais competente para lidar com patógenos, e isso explica a menor incidência da doença entre aqueles que fazem sexo mais de 3 vezes ao mês em comparação com aqueles que fazem sexo menos de 3 vezes ao mês".

A sexualidade está inserida no conjunto de critérios envolvidos no bem-estar e na qualidade de vida. Há uma profunda gratificação emocional quando temos sexo consentido e prazeroso com alguém e, mesmo a masturbação é fonte importante de autoconhecimento e satisfação.

Mas a atividade sexual traz também uma série de benefícios ao organismo. Um deles, inclusive, é o de fortalecer o sistema imunológico da pessoa.

Pesquisadores americanos, por exemplo, acompanharam uma centena de estudantes universitários, divididos em 4 grupos em relação à frequência sexual - nenhuma - menos de uma vez por semana - uma a duas vezes por semana - três ou mais vezes por semana.

Foram coletadas amostras de saliva para medir a presença da imunoglobulina A [IgA] - um anticorpo que atua na defesa do organismo e que, em baixas quantidades pode tornar o corpo mais vulnerável a infecções.

Os resultados mostraram que os jovens que relataram fazer sexo ao menos uma a duas vezes por semana, tinham maior quantidade de IgA na saliva, em relação aos dois grupos com frequência menor ou zerada. Outros efeitos da química do prazer sobre o organismo, também favorecem a imunidade, mas de maneira indireta: liberadas durante o orgasmo, oxitocina e endorfina combinadas tem efeito sedativo, que pode auxiliar no sono - um poderoso aliado para o equilíbrio da saúde de modo geral.

É bom lembrar, no entanto, que não basta a atividade sexual para fortalecer a imunidade, se algum dos envolvidos estiver infectado por vírus, bactéria ou parasitas. Porque brasileiro adora ler texto pela metade e justificar os seus desvarios. Toda vez que interagimos com alguém, estamos vulneráveis - portanto sexo protegido é sempre fundamental.