Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Quanto tempo dura a transa ideal? Comece a contar nas preliminares
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Uma pesquisa realizada com homens franceses em 2019 sobre a expectativa em relação a duração de suas relações sexuais, mostrou que 74% gostariam que o sexo se prolongasse um pouco mais e 16% muito mais.
Como o estudo não investigou o motivo, tampouco o tempo médio das relações, é possível que muitos homens sintam que seu controle ejaculatório é deficiente, mesmo que estejam dentro da mediana que, segundo alguns estudos é de 5 a 7 minutos - embora a variação seja enorme - há relatos de relações que duram míseros 33 segundos a longínquos 44 minutos!
Entende-se por latência o tempo entre o início do estímulo após a ereção acontecer (qualquer que seja o estímulo: masturbação, penetração vaginal ou anal, sexo oral) e a vontade de gozar. Em cada pessoa, essa latência é particular, pode ter uma certa variação a depender da excitação e do tempo entre uma relação e outra.
A latência intravaginal pode também ser diferente da latência masturbatória, já que na interação com outra pessoa há muitas variantes físicas (tipo de estímulo que dá mais prazer, posição sexual) e questões emocionais (preocupações com a performance, por exemplo). A latência também pode ser influenciada por algumas medicações, que a retardam, sendo isso às vezes uma benesse, para quem a tem muito curta, e um martírio para quem já a tem mais prolongada.
Também é importante fazer uma distinção entre a latência e o controle do orgasmo. As pessoas buscam maneiras para prolongar a sensação de pico de excitação, como pausar o movimento e respirar, para retomá-lo quando a excitação diminui um pouco. Alguns homens, por exemplo, conseguem postergar o orgasmo porque tem bastante controle, outros não aprenderam a fazê-lo.
Mas, voltando a pesquisa, quando perguntamos para uma amostra se gostariam de aumentar o tempo do ato sexual, sem especificar o que se entende por isso, a tendência é que as pessoas pensem na penetração, principalmente os homens. Daí, a o índice de insatisfação com o tempo tenderá sempre a ser maior.
Ninguém em sã consciência vai desejar ter menos prazer. O problema é que tudo o que precede ou é posterior a penetração, fica em segundo plano e não é contabilizado como "relação sexual". Carícias, abraços, beijos, mão naquilo, aquilo na mão, sexo oral, são entendidos como "preliminares", um equívoco brutal. Conheço muitas, mas muitas pessoas que preferem mil vezes esses estímulos à penetração.
Em relações heterossexuais, a penetração, embora prazerosa, pode ser ainda mais problemática: mulheres levam em média o dobro de tempo para ter um orgasmo em relação aos homens (13 minutos). Soma-se a essa realidade, o fato de termos mais facilidade para ter orgasmo a partir da estimulação clitoriana, e não somente da penetração. Daí a importância de uma relação sexual mais prolongada e interessante.
Não sei se os homens franceses responderam à pesquisa baseados tão somente na sua própria percepção de prazer, ou levaram em conta o prazer das parcerias. No Brasil, ainda é frequente que homens acreditem que a penetração é suficiente para a satisfação sexual feminina, o que engorda as estatísticas de anorgasmia (ausência de orgasmo) e dispareunia (dor durante a penetração) em mulheres.
Esqueçam a palavra "preliminares" e incluam na atividade sexual tudo o que faz parte do jogo erótico e sensorial. Isso fará toda a diferença na qualidade das relações e, certamente a estenderá!
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