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O que faz que 1 em cada 4 mulheres não costume tocar a própria vulva?
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O período de descoberta dos genitais começa na infância. A partir dos 2 anos, já é possível perceber algumas crianças interessadas, outras vão começar a manipulação um pouco mais tarde. Nessa etapa há curiosidade, início da distinção de gênero, um tanto de prazer corporal. Mas é na puberdade, por efeito hormonal, que a prática da masturbação ganha contorno erótico, uma maneira de descarregar tensão sexual.
Um conselho recorrente dado às meninas já na infância: "tira a mão daí, é feio". A consequência? Cerca de 1 em cada 4 mulheres adultas não costuma tocar sua própria região genital, diz a pesquisa Os Estigmas da Vagina, encomendada pela Intimus. Mulheres entre 35 e 45 anos afirmam fazê-lo com mais frequência, indicando que a maturidade pode trazer mais intimidade com o corpo.
Porém, apesar de maior intimidade, mulheres mais velhas tendem a apresentar barreiras com a percepção da beleza genital. O mito da vulva perfeita afeta a maioria, que se angustia com o formato ou aspecto da sua região íntima. Do total, apenas 26% delas concordam que sua vulva é bonita.
Mulheres jovens também são acometidas por esse problema. A pesquisa mostrou que, além de trabalhar na aceitação da genitália, algumas precisam lidar com críticas externas, assédio e humilhação devido ao formato de suas vulvas: 68% relatam ter algo que não gostam. Os pelos aparecem em primeiro lugar (33%), seguidos da cor (18%), cheiro (18%), aparência (17%) e tamanho (15%).
Sexoterapia: por que masturbação ainda é tabu?
Apesar dos problemas estéticos, a masturbação é uma realidade para a maioria das mulheres e surge como um grande espaço de autoconhecimento. Para muitas, é encarada como a chave para ter prazer com outras pessoas e trata-se de um passo em direção a uma experiência sexual mais saudável com a parceria. Sozinha ou acompanhada, a possibilidade de prazer traz à mulher a oportunidade de se sentir viva e descobrir as potencialidades do seu corpo.
Nenhuma vulva é igual à outra; a assimetria dos corpos se estende à região íntima, portanto o ideal é que cada pessoa se sinta bem com sua genitália, desconstruindo o padrão de vulva ideal. Sabemos que o Brasil é um dos países onde mais se fazem cirurgias íntimas e, de fato, muitas mulheres relatam sentimento positivo aumentado de sua autoimagem, pois visualizam a resposta, digamos, mais rápida e concreta para seus incômodos emocionais diante da insatisfação genital.
Entre o ideal da aceitação e o real, está o possível. Muitas mulheres conseguirão aceitar a genitália e não dar importância para a sua aparência, focando no erotismo, outras seguirão incomodadas, mesmo que trabalhem a autoaceitação.
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