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País pode ser cristão e também apoiar causa LGBTQ+. Portugal é prova disso
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Uma pesquisa ampla feita em 30 países, incluindo o Brasil, pela Ipsos, mostrou que pessoas jovens têm mais facilidade não só para lidar e lutar por pautas LGBTQIA+, como também tem mais probabilidade de se identificarem como homo, bi, pan ou assexuais. Me chamou atenção também o fato de o apoio a medidas em favor da população trans, especificamente, ser maior entre adultos jovens e mulheres.
Homens adultos e mais velhos são ainda os mais resistentes às novas maneiras de se entender a sexualidade, provavelmente por estarem no topo da pirâmide da masculinidade hegemônica e terem receio de perder seus privilégios, garantidos pela categoria de gênero e de orientação sexual às quais se sentem pertencer.
A pesquisa entrevistou 22 mil adultos com com idades entre 18 e 74 anos. O Brasil tem a maior proporção de adultos LGBTQIA+ com 15% de respondentes, seguido da Espanha (14%) e Suíça (13%). Na outra ponta, está o Peru, com só 4% da amostra identificada como LGBT. Vale ressaltar que os resultados, tanto para o Peru quanto para o Brasil, não incluem a população que não está conectada, já que a pesquisa foi feita online, o que pode significar alguma variação.
Globalmente, 67% dos entrevistados acreditam que casais homossexuais são tão prováveis de criar filhos com sucesso quanto casais heterossexuais. O apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo variou de 49% a 80% nos 20 países onde a união é legalizada —no Brasil, o número é de 51%.
Portugal, ao lado da Holanda, encabeçou a aceitação com 80%, o que demonstra que é possível garantir acessos e direitos mesmo em um país cristão. Infelizmente, os discursos de ódio que tão frequentemente ouvimos de líderes religiosos brasileiros e dos que falam em nome de Deus carecem de fundamento bíblico e se identificam mais com posturas ideológicas que se servem da sexualidade para discriminar e excluir pessoas.
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O estudo também revelou que os nascidos a partir de 1997 têm duas vezes mais probabilidade que os millenials (1981-1996) e quatro vezes mais que a geração X (1965-1980) e baby boomer (1948-1964) de se identificarem como homossexuais, bissexuais, pansexuais e assexuais. Globalmente, 1% se autodenomina transgênero, 1% não binário/agênero/gênero fluído e 1% diz não estar em conformidade com o gênero. No Brasil, 3% das pessoas se identificam como pessoas trans, não binárias ou gênero fluido.
E há boas notícias: pesquisa identificou que a visibilidade da comunidade LGBT+ cresceu nos últimos dois anos. Globalmente, em média, um em cada dois adultos relata ter um parente, amigo ou colega que é gay ou lésbica. A visibilidade varia muito entre os vários países, mas é mais baixa no Japão, Coreia do Sul, Turquia e Europa Oriental. 67% concordam que as pessoas transgêneros enfrentam preconceito, e 76% concordam que elas devem ser protegidas contra a discriminação em emprego, moradia e acesso a negócios.
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