Ana Canosa

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Opinião

'Gringo desmaiou no meio do sexo quando viu sangue da minha menstruação'

Fazer sexo menstruada não é das transas mais simples, principalmente quando o fluxo é intenso. Não pela questão física em si, pois o canal vaginal está bem úmido, o que favorece a penetração. Por mais que a menstruação faça parte da nossa natureza, o incômodo está mais na sangueira mesmo.

Mas, às vezes, a transa está ali, para acontecer, e não é possível perder a oportunidade. Foi o caso de uma conhecida minha. Katia*, 32, estava de férias na Europa e foi decidida a trazer algumas histórias sexuais na bagagem de volta. Mas ficou menstruada.

Desde que passou a usar um disco menstrual não teve mais problema em transar menstruada. Mas esqueceu o apetrecho na sua cidade natal, Pato Branco, no Paraná, e não achou para comprar no meio da viagem. Decidiu aguardar alguns dias para o fluxo ficar menor antes de se lançar em um aplicativo de paquera e encontrar um crush para transar —de preferência que gemesse em outra língua.

Estava na Catalunha, uma região da Espanha, quando conheceu um russo que falava um inglês bem meia boca, mas beijava muito bem. Levou-o para o seu bem ajeitado apartamento alugado pelo Airbnb. Vinho para cá, mão para lá, ela e o russo provaram que a linguagem corporal pode falar mais e melhor que a verbal.

O problema foi que, no meio do sexo, o russo, ao visualizar o sangue do final da menstruação no preservativo, simplesmente desmaiou. Aquele moço de mais de 1,90 caiu no chão como manga madura quando despenca da árvore, fazendo até um som meio oco. Katia ficou apavorada imaginando a polícia catalã batendo na sua porta para investigar o corpo que caiu, pois o barulho havia intrigado uma família do andar de baixo. E se o boy russo tivesse batido a cabeça e morrido?

Deu uns tapinhas na cara do rapaz, como nos filmes, para ver se ele acordava. Jogou um pouco de água e buscou na internet como acordar alguém desmaiado: elevar pernas para aumentar o fluxo sanguíneo na cabeça. Entre as dicas também havia a orientação de afrouxar cintos e peças de roupas apertadas, o que no caso do rapaz não ia ser necessário porque, afinal, estava nu.

Foram longos minutos até que ele recobrasse os sentidos. Katia lhe deu um pedaço de chocolate, botou o sujeito no chuveiro e perdeu a tarde esperando ele ficar bem para que pudesse, enfim, ir embora. Meio confuso, meio constrangido, balbuciando em russo, ele se foi. Pelo menos ela conseguiu sua boa história de viagem para contar.

*O nome foi alterado para manter o anonimato da personagem.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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