Ciência ou astrologia? Campeonato define qual signo é melhor no sexo oral
Nem só de dilemas, disfunções e traumas vive um sexólogo. Há muitos encontros, descobertas, gozos e relatos que, se não divertidos, são no mínimo inusitados. Hoje vou dividir um desses casos que intriga e é ótimo para bons debates entre amigos e parceiros na mesa de bar: o torneio de sexo oral. O nome oficial do evento é "Campeonato de boquete", e ele aconteceu outro dia em uma festa liberal.
Jorge e Tânia são entusiastas dessas reuniões em que a experiência sexual com outras pessoas adiciona excitação e transgressão, mas ao mesmo tempo dá um contorno para o desejo deles. O acordo é claro: fazer sexo com outros, só na presença da parceria.
O último encontro tinha entre as atrações o tal campeonato, que funcionava assim: colocaram um cara vendado e selecionaram uma pessoa de cada signo para chupar o abençoado, depois ele julgava o melhor.
Tânia se inscreveu, mas muito revoltada já contou o spoiler e disse que não ganhou o prêmio de "melhor boqueteira" da festa porque "na sua vez o sujeito já estava meia-bomba". Não recebeu nem uma medalha de honra ao mérito, e a pessoa vencedora ganhou só um drinque. Fiquei feliz que ela esclareceu, porque ouvindo tudo isso fiquei só pensando no tipo de troféu que poderia ser entregue num evento dessa natureza -provavelmente algo que não daria para postar no LinkedIn.
Tive algumas curiosidades nada terapêuticas, não tinham muita relação com o conflito ou sintoma da angústia original. Mas, a título de curiosidade, vou dividir com vocês. Quantos participantes? 11, porque nenhuma pessoa do signo de virgem quis competir. E o tempo? De 30 segundos a 1 minuto por competidor. Só mulheres ou homens também? Ambos. Divisão por gênero? Não. O prêmio tinha divisão por categorias, tipo 50+? Não.
Fui percebendo a minha cabeça funcionando na perspectiva de pesquisa: quem sabe homens que fazem constantemente sexo com homens e por também terem um pênis saiam na frente nesse sentido? Como escolheram o sujeito? Qual o tamanho e a circunferência do pênis dele? Compararam o tamanho das arcadas dentárias? Sim, porque uma pessoa dona daquele sorrisão maravilhoso, que parece que tem o dobro de espaço na boca leva vantagem, sem dúvida nenhuma. Qual parâmetro para essa avaliação, pensei eu. Bom, no mínimo o sujeito vendado tinha bom controle ejaculatório.
Me lembro de mais uma pergunta: preservativos? Não. Opa! Chamo a atenção para a vulnerabilidade da prática a infecção por ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis). O contato das secreções com a mucosa da boca favorece a proliferação de bactérias e vírus e algumas doenças podem se desenvolver. Herpes, HPV, clamídia, hepatites, amigdalite gonocócica, gonorreia e sífilis. Esta última tem tido aumento da incidência no Brasil, afetando principalmente mulheres negras e jovens, na faixa etária de 20 a 29 anos.
Sou uma estraga-prazeres, eu sei, mas faz parte do meu trabalho alertar riscos para a saúde, seja física ou mental. Ficou um ar de velório, mas é preciso enfrentar, nessa vida, os espaços incômodos e os silêncios desconcertantes.
E tenho certeza que você, caro leitor, está curioso para saber qual foi o signo vencedor, né? Sei porque não me contive e perguntei: E quem ganhou? Uma mulher de 45, habilidosa é verdade - admitiu Tereza e Jorge salientou - e com uma bocona enorme. Senti que o tal campeonato poderá ser invalidado em breve ou quem sabe seguir mais rigor científico para escolher o vencedor. Acho que essa amostra foi completamente aleatória, não respeita particularidades para publicação, certo?
A dúvida final: signo? Leão, ela queria mostrar a habilidade. Tinha que ser. A astrologia é a ciência que não erra nunca, não é mesmo?
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