Ana Canosa

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Opinião

Ele viu esposa recatada virar a mais safada das amantes: conheça 'Darlene'

Outro dia o Manuel, um sujeito simpático, de 46 anos, me contava sobre os perfis do que ele chamou de "arquétipos" femininos da sacanagem, notadamente os tipos reproduzidos em filmes, dos eróticos, aos pornográficos e até os menos explícitos que passam "quase" desapercebidos nas novelas de fim de tarde.

Por exemplo: Manuel adora o arquétipo da "boa moça", recatada do lar, que posta foto com o marido e os filhos, com legenda de coração, #juntosforever, mas que sai de casa, vira a esquina tá mandando nude para o amante, pedindo loucamente para fazer sexo selvagem as 3 da tarde. Quanto mais posa de santa, mais ele gosta.

Se lembra que teve uma amante assim, casada com um desembargador, que entre 14h e 19h15 era a mais maluca das malucas, capaz de aparecer seminua no trabalho dele, se fingindo de entregadora de salada e quase arrancar o seu pênis, tão ávida estava pelo sexo oral no banheiro da repartição.

E ai dele se lhe negasse qualquer coisa, que ela ardia no fogo da ira, jogava na parede o que tivesse na mão, ameaçava contar tudo para o marido.

Deu uma dor de cabeça danada e ele só conseguiu se livrar dela, porque ela passou a assediar um colega do trabalho dele.

Manuel disse que o estereótipo da executiva devoradora de machos, saia lápis, bolsa quadrada, cabelo em coque, salto alto, lingerie de renda por debaixo da camisa de seda, não lhe tira do sério. Talvez porque tenha namorado uma auditora que se vestia desse jeitinho, era linda, gostosa, elegante e sexy, mas que na hora do sexo era cheia dos "não me toques", frustrando a sua ilusão pueril.

Falou de um "arquétipo" mais natureba, pouca maquiagem, calcinha de algodão, sexo gostoso e lento; de outro mais submisso, tipo gueixa, que na cabeça dele é qualquer mulher de cabelo bem curtinho, tipo Joãozinho, e nariz arrebitado.

Mas de todos os arquétipos da sacanagem, que ele me apresentou, o da Darlene sem dúvida nenhuma é o seu maior ponto fraco.

Darlene é o nome que ele deu a mulher que agarra a vida a unha, trabalhadora incansável, mas que adora um rolê regado a cervejinha, pagode ou samba, é vaidosa, adora transar e não tá nem aí para o que as pessoas vão dizer. Darlene é abusada, usa shorts jeans e sandália plataforma, deixando as pernocas de fora, camisa com nozinho na frente ou blusa com decote. E as argolas na orelha, Manuel não sabe explicar o porquê delas, mas só que elas precisam estar ali para compor a personagem.

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Pois me contou que uma vez a esposa dele, Ticiana, se vestiu de "Darlene", sem nem desconfiar, era só um dia de calor mesmo, e que foram para o shopping.

Manuel se sentia febril de tesão, enquanto a coitada da Ticiana perguntava por que o marido parecia tão tenso. Ficava ainda mais doente se percebesse um rabo de olho, mirando nas pernocas de "Darlene". Foi que na saída do shopping, na garagem de estacionamento, ele agarrou a mulher dentro do carro, que, não estava entendendo de onde brotou aquela excitação toda, mas ela é que não ia se fazer de rogada e perder essa oportunidade.

No meio do sexo, ele soltou a informação privilegiada, os shorts jeans com a sandália de plataforma, a blusinha cropped, as argolas.

Nasceu uma Darlene de carne e osso, que até corrente de ouro com a letra D a Ticiana comprou, para provocar o Manuel. Viram uma parte do armário ser preenchida com as plataformas, shorts jeans e vestidos de malha colados no corpo. Ele não sabe quem é que se diverte mais, se ele que fica completamente submetido ou ela que adora torturá-lo, às vezes passando horas a fio, dentro de casa, vestida de Darlene, sem deixá-lo tocar com um dedo mindinho em seu corpo.

Quando a Ticiana resolve juntar a Darlene com o perfil da recatada do lar, daí é dia de sexo selvagem, que ela leva as crianças na escola e diz que tem uma reunião de trabalho (e vai com as pernas de fora) e no meio da tarde fica mandando nude para o marido como se ele fosse um amante.

Manuel e Ticiana estão casados há incríveis 18 anos, provando que é possível ter sexo bom, de qualidade, dentro do matrimônio, desde que exista espaço para sacanagem das boas.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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