Pode transar nas Olimpíadas? Esporte e sexo são combinação que vale ouro
A ciência moderna não fornece evidências conclusivas de que a abstinência sexual impacte significativamente o desempenho atlético. Muitos especialistas em esportes argumentam, inclusive, que fatores como treinamento, nutrição, descanso e preparação mental têm um impacto muito maior na performance de um atleta.
Mesmo assim, o veto a relações sexuais antes de competições esportivas é uma prática adotada por alguns atletas e treinadores. Muhammad Ali, o famoso boxeador, é conhecido por ter praticado abstinência por até seis semanas antes de suas lutas.
As razões para isso variam e incluem evitar a distração mental, a perda de energia física, e manter os níveis de testosterona, pois embora não haja estudos conclusivos, alguns apontam que eles são alterados durante a prática sexual.
Crenças culturais certamente influenciam na decisão de manter ou não a privação. Na Grécia e Roma antigas era prevalente a teoria da conservação do esperma, e por isso alguns atletas olímpicos e gladiadores praticavam abstinência sexual antes das competições, acreditando que isso ajudava a preservar a força e a energia.
Em várias tradições religiosas e espirituais, a abstinência sexual é considerada uma forma de purificação e disciplina. Ao longo da história, em várias culturas militares, os soldados eram aconselhados ou obrigados a ficar sem sexo antes de batalhas importantes. A ideia era que a abstinência aumentaria a agressividade e a disposição para a luta.
Quem é contrário a essas motivações, alega que o sexo pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade, o que pode ser benéfico para o desempenho, já que a atividade sexual libera endorfinas e outras substâncias químicas no cérebro que ajudam a relaxar e, inclusive, diminuir a dor, pela ativação da circulação sanguínea.
Isso pode ser particularmente útil para atletas que estão nervosos ou ansiosos antes de uma competição. Hormônios como dopamina e ocitocina trazem também uma sensação de prazer, bem-estar e motivação.
Os efeitos negativos do sexo em contextos competitivos têm mais relação com a forma com que ele é praticado e comportamentos associados. Houve ingestão de bebida alcóolica? Foi uma 'maratona' sexual? Atrapalhou o sono do(a) atleta?
Tudo liberado
Mas nas Olimpíadas de Paris, abstinência sexual me parece uma prática distante. Aliás, deve estar bem difícil não pensar em sexo. A começar por Phyrge, o mascote, que mais parece um clitóris e já foi apelidado de "Clitorito" nas redes sociais.
A prática sexual é considerada uma possibilidade factível pelo comitê olímpico, que sabiamente colocou preservativos no kit destinados aos atletas.
Fico imaginando passar 24 horas visualizando os corpos atléticos, cada qual moldado pelo esporte praticado, evitando pensar no assunto. É tanta beleza junta, para todos os gostos, de todas as nacionalidades, que os deuses do Olimpo esportivo arrancam suspiros e atiçam a imaginação, criando fantasias de toda ordem. É impossível não se sentir um tanto acanhado diante da força, da energia e dos músculos torneados.
Mas os humilhados serão exaltados. Fez história o homem de sunguinha colorida que entrou na piscina para resgatar a touca de natação de um atleta. Foi ovacionado, desfilando com seu corpo não "sarado" e pulando lindamente na piscina, mostrando que os pobres mortais também têm seu encanto.
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