Ana Canosa

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Opinião

Brochou ou não? Pesquisa mostra percepções diferentes de homens e mulheres

Uma pesquisa conduzida pelo app de relacionamento Happn, com 3000 usuários, em sua maioria heterossexuais, revelou contradições significativas nas percepções e experiências de homens e mulheres em relação ao comportamento sexual.

É interessante observar que muitas crenças sobre os papéis sexuais tradicionais ainda se apresentam, na população jovem, mostrando que mudanças de paradigmas levam tempo para se solidificarem.

A liberdade sexual, por exemplo, só é experimentada por 49% da amostra feminina. 51% das entrevistadas, relataram que o julgamento social sobre a conduta sexual da mulher atrapalha a exploração dos próprios desejos.

Interessante notar também a disparidade da percepção sobre o "desempenho sexual masculino", no que tange à sua resposta sexual: enquanto "49% dos homens afirmaram nunca ter enfrentado problemas de ereção, 73% das mulheres declararam que seus parceiros já "brocharam".

O mesmo aconteceu em relação à ejaculação: enquanto 70% das mulheres já vivenciaram dificuldade de controle ejaculatório com parceiros, quase a metade dos entrevistados negaram ter episódios de ejaculação prematura.

Esse gap entre a percepção de parcerias pode ser natural, pois as expectativas de desempenho são pessoais: o que é "precoce" para um, pode não ser para o outro. Até para problemas de ereção há quem tenha consciência que "brochar" em determinadas situações não se configura um "problema", fazendo parte da natureza humana.

Mas, pode ser também que os homens ainda tenham dificuldade de afirmar que sofrem problemas com ereção ou controle ejaculatório, porque isso os tornaria menos interessantes.

Essa mesma explicação pode ser uma possibilidade quando o levantamento avaliou satisfação sexual: "enquanto 94% dos homens avaliaram suas últimas performances sexuais como boas ou excelentes, 64% das mulheres consideraram suas últimas relações insatisfatórias ou abaixo do esperado."

Soma-se a isso, o fato de as pessoas compreenderem satisfação sexual de maneira diferente e de observarmos um recorte de gênero ainda bastante presente em nossa cultura: enquanto homens valorizam a penetração, mulheres podem contabilizar outros estímulos e práticas sexuais que compõem a sua satisfação.

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A boa notícia foi que ambos os gêneros concordam que a comunicação é essencial para melhora da intimidade e, consequentemente, da satisfação sexual. Embora 28% dos homens preferem evitar qualquer tipo de intervenção, a maior parte da amostra acredita ser importante buscar ajuda profissional diante de queixas sexuais.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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