Ana Canosa

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Opinião

Quer gozar mais? Comece conhecendo e falando o que te dá mais prazer

Satisfação sexual é um conceito amplo, pois cada pessoa elege seus próprios critérios para medi-lo. Há quem evoque a frequência sexual como um componente importante, outros as práticas sexuais envolvidas na relação.

Alguns componentes, no entanto, são fundamentais para que essa avaliação aconteça de maneira mais condizente com as aspirações individuais e do casal.

O primeiro tem relação com conhecimento sobre os órgãos sexuais e como eles respondem aos estímulos.

Eu fico impressionada como as pessoas ainda são ignorantes nesse sentido. Desconhecem, por exemplo, que nem todas as pessoas têm desejo espontâneo — ou seja — não sentem ímpeto físico para o sexo e precisam de estímulos; ou que a maior parte das mulheres precisa de estímulo no clitóris para chegar ao orgasmo.

Outro fator que é essencial para obter satisfação sexual é entender como o erotismo opera na resposta de interesse e excitação.

Há pessoas, por exemplo, que se mobilizam em contextos mais românticos, outras adoram situações de submissão e dominação.

Para alguns a genitalidade é um motor essencial, como visualizar os genitais e a relação sexual penetrativa, fazer ou receber sexo oral, verbalizar palavrões. Para outros o que motiva são fantasias de sexo à três, quando a competitividade aumenta a tensão sexual.

Também há quem adore a sensação de expectativa, o jogo de sedução que vai acontecendo aos poucos, através da percepção do intensão sexual ou dos toques indiretos, em todo o corpo, deixando os genitais para o fim.

Outro fator comum que aumenta a excitação de muitas pessoas é perceber o desejo e o prazer da parceria.

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Mas pouco desse conhecimento adianta se não há comunicação sobre aquilo que evoca nosso prazer.

A maior parte dos estudos sobre satisfação sexual demonstra que a intimidade a favorece muito, inclusive porque em relações em que ela impera, há menos julgamento sobre o desejo alheio e uma vontade legítima de favorecer que todos os envolvidos sejam contemplados no ato sexual.

Essa comunicação tanto pode ser verbal quanto corporal, quando se conduz a cena sexual através de narrativas eróticas ou práticas sexuais que desvelam preferências.

É possível que em relações casuais seja mais difícil que a intimidade seja estabelecida, já que normalmente a ansiedade e expectativa sobre a performance são altas, impactando a espontaneidade. Casais levam vantagem nesse ponto.

Vale ressaltar que para algumas pessoas, a intimidade afetiva pode prejudicar a intimidade sexual, pois há receio de que, se o desejo e as preferências sexuais são verbalizados, a parceria pode ficar incomodada e se frustrar.

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Normalmente pessoas com pouca autonomia sexual são aquelas que temem retaliação da parceria ou valorizam mais o prazer do outro do que o seu próprio.

Uma dose de egoísmo é fundamental para fazer prevalecer o próprio prazer e negociá-lo durante uma relação sexual.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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