Ciência está no sexo: células-tronco entram em ação contra disfunção erétil
A disfunção erétil (DE) é um dos maiores temores enfrentados pelos homens, frequentemente associada à perda de autoestima e à sensação de fragilidade em sua masculinidade. Caracteriza-se pela dificuldade persistente em alcançar ou manter uma ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória.
Embora muitas vezes envolta em tabu, a DE é mais comum do que se imagina, afetando milhões de homens no mundo inteiro. Além disso, é frequentemente um sinal de alerta para condições médicas subjacentes, especialmente quando suas causas são orgânicas.
A ereção depende de sinais nervosos que se iniciam no cérebro e percorrem a medula espinhal até os nervos do pênis. Quando esses nervos estão comprometidos, a transmissão desses sinais é prejudicada, dificultando a ereção. Como a ereção ocorre quando os corpos cavernosos do pênis enchem de sangue, se os vasos não puderem transportá-lo de forma eficiente, a ereção será prejudicada.
Além de algumas condições neurológicas, lesões medulares e problemas hormonais, as principais causas orgânicas são as doenças cardiovasculares e a DE pode ser um indicativo precoce de problemas cardíacos graves, como infarto ou derrame.
A aterosclerose, que provoca o estreitamento das artérias, pode reduzir o fluxo sanguíneo para os pênis. De forma semelhante, a hipertensão arterial não controlada pode danificar os vasos sanguíneos e dificultar a ereção. Outra causa importante é a diabetes mellitus, que afeta diretamente os sistemas que são fundamentais para a função erétil. O excesso de glicose no sangue (hiperglicemia) danifica os vasos, comprometendo o fluxo de sangue para os pênis e pode deteriorar os nervos periféricos, incluindo aqueles que controlam o pênis. O diabetes pode levar à fibrose dos corpos cavernosos, evoluindo o tecido elástico em tecido cicatricial.
Estudos promissores têm apontado que o tratamento com células-tronco poderá ser eficiente para homens com DE de fundo orgânico. As células-tronco são células indiferenciadas que têm a capacidade de se transformar em diferentes tipos de células especializadas (nervosas, musculares, vasculares, etc.) e de liberar fatores de crescimento e moléculas que promovem os componentes teciduais.
No contexto da DE, as células-tronco podem ajudar na reparação dos tecidos envolvidos no mecanismo fisiológico da ereção que foram afetados pelo estado inflamatório, aumentando a tensão peniana e a capacidade de manter ereções. Como pode promover redução da fibrose e aumento da elasticidade dos corpos cavernosos, favorece o sistema erétil, melhorando também o fluxo sanguíneo.
A terapia com células-tronco pode proporcionar uma melhoria contínua e regenerativa, uma vantagem diante dos medicamentos orais que oferecem intervalo temporário. Além disso, como as células são geralmente do próprio paciente, o risco de infecção ou reações adversas é mínimo.
Os tratamentos com células-tronco para disfunção erétil ainda não estão disponíveis para a população, pois mais ensaios clínicos são necessários para garantir a segurança, a reprodutibilidade dos resultados e a validação de um protocolo definitivo. Apenas após essas etapas e a aprovação de órgãos reguladores, o tratamento poderá ser disponibilizado de forma ampla, melhorando a saúde sexual de pessoas com pênis e suas parcerias.
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