Ana Canosa

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Opinião

Natal sem preconceito: data também é tempo de acolher sexualidade do outro

A sexualidade humana é tão vasta e complexa quanto a própria existência. Não se resume à genitalidade, embora essa seja uma parte importante de quem somos. A sexualidade compõe nossa identidade e se reflete no modo como nos relacionamos com nosso corpo, com o outro, com nossos desejos e afetos.

É a expressão de quem somos no mundo, uma dança delicada entre o que sentimos e o que partilhamos.

Cada pessoa vive essa experiência de forma única. Uns encontram plenitude no romantismo, outros no prazer casual, alguns na solitude. Há quem ame de forma silenciosa, e há quem expresse sua paixão aos quatro ventos.

Essa pluralidade é a graça da vida, o que torna o mundo um mosaico de histórias, cada uma com suas cores, texturas e formas. E o mais belo nisso tudo é que nenhum modelo é, em essência, melhor que o outro.

Amar e viver a sexualidade são movimentos profundamente pessoais, e o que importa é encontrar um caminho que respeite tanto os próprios interesses quanto os das pessoas com quem nos conectamos.

O Natal, com toda sua simbologia de amor e acolhimento, nos convida a refletir sobre o que estamos celebrando. É fácil pregar o amor universal, mas será que aceitamos o amor e a sexualidade do outro sem julgamentos? Quando se trata de viver e deixar viver, quantos de nós ainda carregam preconceitos que limitam nossa capacidade de respeitar as escolhas alheias?

Falar sobre amor e direitos humanos é lembrar que a liberdade de ser quem somos e de viver nossas relações de maneira autêntica deveria ser inegociável.

Amar é um direito humano. Desejar é um direito humano. Expressar nossa sexualidade, desde que respeite os limites e consensos do outro, também o é. Negar isso a alguém é uma forma de violência que não combina com a ideia de dignidade e respeito.

As diferenças são oportunidades de aprendizado e a capacidade de admirar a diversidade de modos de amar, de viver o corpo e de construir relações é libertadora e fortalece o sentimento de pertencimento social, o direito de ser quem é, sem medo de repressão, julgamento ou exclusão.

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Essa é, no fundo, a prática do amor em sua essência mais pura: que acolhe, respeita e reconhece no outro a mesma humanidade que habita em todas as pessoas.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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